Catarina Martins diz que “todos os dias são uma luta para ver o que é possível conseguir com a relação de forças” que tem com o PS e que “todos os dias se arrepende. Faz parte”. Mas não duvida que estar na “geringonça” é “muito melhor do que estar confortavelmente na oposição sem ser capaz de alterar” nada. Numa entrevista ao jornal Público, a coordenadora do Bloco de Esquerda explicou que é confrontada diariamente com os limites da geringonça, mas que isso “não é mau”. “É o que temos de fazer”, diz.

Confessando que o Bloco está “muito preocupado com a pressão europeia”, Catarina Martins ressalva que “o combate europeu que aí vem [por causa do orçamento para o próximo ano] é muito importante” e que a capacidade que o país tiver para reagir à retirada da capacidade do Estado no sistema financeiro vai ser determinante.

“Temos divergências. Achamos que o Governo, nesta altura, devia estar a preparar-se para reestruturar a dívida portuguesa. É essencial. Não há ninguém que não assuma que é preciso reestruturar a dívida. É um processo que devia ser aberto e Portugal não devia ficar sempre à espera. Ficamos à espera de quê? Que a Goldman Sachs mande um bocadinho mais? Não vamos nunca reestruturar a dívida? Neste momento, a dívida pública sangra os recursos do país”, afirmou a líder do Bloco.

Assumido as diferenças com o PS, Catarina Martins acredita que dentro do partido líder do Governo, o pensamento será semelhante. “Julgo que no PS pensarão todos os dias, como eu, todos os dias me arrependo (risos) e todos os dias luto para que isto seja possível, porque tem de ser”, afirmou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR