Os Açores vão receber 46% da ajuda de quatro milhões de euros da União Europeia destinada ao setor do leite nacional, revelou esta terça-feira o secretário regional da Agricultura e Ambiente.

“Penso que foi um bom resultado para a nossa região, em quatro milhões de euros temos 1,8 milhões de euros, o que significa que temos 46% desse envelope (financeiro)”, afirmou aos jornalistas Luís Neto Viveiros, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, à margem da inauguração do centro de interpretação da cultura do Ananás.

O governante exemplificou que “em 2015, num pacote mais alargado de 4,8 milhões de euros”, os Açores alcançaram “só 1,2 milhões de euros”, pelo que a verba agora destinada ao arquipélago representa, no seu entender, “um progresso muito significativo”.

“Isto é o reconhecimento por parte do Governo da República da importância que o setor do leite e dos laticínios tem na nossa região”, declarou Neto Viveiros, manifestando-se satisfeito com o resultado “desta partilha do envelope financeiro destinado a Portugal”, ressalvando, contudo, a sua “exiguidade face à dimensão do problema” em causa.

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A 18 de julho, o secretário regional da Agricultura e Ambiente dos Açores, Neto Viveiros, exigiu metade das ajudas da União Europeia destinadas ao setor do leite nacional.

“Aquilo que nós vamos exigir do Governo da República, à semelhança do que fizemos no passado recente, considerando aquilo que é o peso dos laticínios no espaço nacional — produzimos mais de 30% do leite nacional e quase 50% do queijo –, a repartição justa dessa verba será na casa dos 50% para a região e 50% para o espaço nacional”, afirmou Neto Viveiros na ocasião.

Nesse mês foi anunciado que Portugal iria receber quase quatro milhões de euros de ajudas para o setor do leite, valor que pode ser duplicado com verbas nacionais, de um pacote de 350 milhões destinado ao setor.

Hoje, o governante adiantou que, “aplicando os critérios que foram definidos e que foram negociados” entre os executivos nacional e regional são “valores muito próximos” ao exigido.

“Isto foi o resultado de um trabalho aturado entre a Secretaria da Agricultura e do Ambiente e o Ministério da Agricultura na definição de um critério que, sendo um critério nacional, se reflete nos Açores numa percentagem de quase 50%”, insistiu, apontando as características da agricultura e a dimensão das explorações.

Neto Viveiros reconheceu que os valores “não satisfazem a Federação Agrícola, nem satisfazem o Governo dos Açores e, porventura, não satisfarão todos os agricultores do país”, mas foi a repartição feita pela Comissão Europeia.

“É o dinheiro que temos do montante global de 350 milhões de euros”, destacou.

Numa nota de imprensa, o executivo açoriano adianta que “vão ser atribuídos 45 euros por vaca aos primeiros 20 animais de cada exploração, beneficiando todos os produtores da região”.