All’ amatriciana, amatriciana ou, em versão aportuguesada, à matriciana: se costuma frequentar restaurantes italianos já deverá ter visto este tipo de prato na ementa, normalmente antecedido de um tipo de massa, que pode ser spaghetti, bucatini ou rigatoni. Em Lisboa, existe, inclusive, um restaurante (bem bom e genuíno, por sinal) que lhe roubou o nome: chama-se Il Matriciano, devido à dita especialidade.

Ora, esse molho — porque é o que é, um molho, à base de tomate, queijo pecorino e guanciale (bochecha de porco fumada) — nasceu em Amatrice, uma pequena localidade italiana na província de Rieti que está nas notícias desde esta madrugada pelas piores razões: foi parcialmente arrasada pelo sismo que aconteceu esta madrugada no centro de Itália.

Reza a história que é uma variação da pasta alla gricia (queijo pecorino, guanciale, pimenta e azeite), que terá surgido no final do século XVII, em Amatrice. O primeiro registo escrito da receita pertence ao chef romano Francesco Leonardi, que terá servido em várias cortes por essa Europa fora e que foi o autor de L’Apicio Moderno, um livro de receitas em seis volumes, editado em 1790, onde surge, pela primeira vez, a combinação pasta – molho de tomate.

Onde comer pasta alla matriciana em Lisboa?

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Caso os restaurantes lisboetas também adiram (ou mesmo que não o façam) à campanha da Cruz Vermelha Italiana, eis três onde poderá provar a famosa receita:

Il Matriciano — Rua de São Bento, 107. 21 395 2639
Bella Ciao — Rua do Crucifixo, 21 (Baixa). 21 093 5708
Forno d’Oro — Rua da Artilharia 1 (Rato). 21 387 9944

Por essa razão histórica — afinal não existiria amatriciana sem Amatrice — a Cruz Vermelha Italiana está, desde há umas horas, a convidar todos os restaurantes italianos a doar 2€ por cada prato alla matriciana que for pedido à respetiva vila e a todas as zonas afetadas pelo sismo. Uma ideia semelhante à que tinha sido veiculada por um food blogger italiano, Paolo Campana, logo esta manhã.

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