O dirigente comunista Jorge Pires rejeitou pronunciar-se sobre o sentido de voto do partido no orçamento retificativo que será feito para acomodar a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o acordo com Bruxelas, porque não os conhece.

Contudo, o membro da comissão política do comité central do PCP admitiu contactos sob reserva com o executivo de António Costa e o PS, embora frisando que o seu partido será sempre contra a perda de postos de trabalho e a diminuição da atividade do banco público.

“A questão essencial é que a recapitalização da CGD seja concretizada, salvaguardando integralmente o caráter público do banco e garantindo que os pressupostos, designadamente o plano de reestruturação, se façam sem prejuízo da afirmação e ampliação do papel da CGD como instrumento essencial de uma política de crédito ao serviço do desenvolvimento do país e financiamento da economia, com respeito pela defesa dos postos de trabalho e direitos”, disse.

Jorge Pires recusou “comentar cenários ou hipóteses” e sublinhou a prioridade em “conhecer integralmente todos os aspetos que rodeiam o acordo dado pela União Europeia (UE) à decisão de recapitalização”. “Precisamos de conhecer o conteúdo, caso venha a existir esse orçamento retificativo”, vincou.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu quarta-feira que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) implicará um orçamento retificativo se for realizada este ano, como é expectativa do Governo.

O governante destacou que as condições negociadas entre o Governo português e a Comissão Europeia sobre a recapitalização da CGD possibilitam que a injeção de capital público na entidade não tenha reflexos ao nível do défice deste ano, mas que a injeção de capital público na Caixa vai levar ao redesenho do perfil e do nível da dívida pública.

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