O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou esta quinta-feira “imoral, injusta e desumana” a exclusão dos russos dos Jogos Paralímpicos, durante a receção, no Kremlin, aos atletas medalhados no Rio2016.

“A decisão de excluir os nossos atletas paralímpicos é desprovida de qualquer justiça, moralidade e humanidade”, declarou o presidente russo, lamentando que quem tomou a decisão não tenha compreendido que a decisão “representa uma enorme humilhação”.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) informou na terça-feira que não deu provimento ao recurso interposto a 15 de agosto pelo organismo paralímpico russo, confirmando, consequentemente, a decisão do Comité Paralímpico Internacional (IPC) de suspender a Rússia dos Jogos que se vão realizar no Rio de Janeiro, entre 07 a 18 de setembro.

O IPC tinha anunciado a 07 de agosto a suspensão do Comité Paralímpico Russo, na sequência da investigação de ‘doping’ e das conclusões do relatório McLaren, que revelou a existência de um sistema generalizado do recurso a substâncias proibidas por parte dos atletas russos com apoio estatal.

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“Um argumento convincente e indestrutível a nosso favor é o brilhante desempenho dos nossos atletas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, cuja honestidade está acima de qualquer dúvida”, referiu Vladimir Putin.

O presidente condecorou os medalhados olímpicos no Rio2016, em que a Rússia terminou no quarto lugar do ‘medalheiro’, com um total de 56 (19 de ouro, 18 de prata e 19 de bronze), e presenteou cada um dos homenageados com um automóvel BMW.

O ministro russo do Desporto, Vitali Moutko, que também marcou presença na cerimónia no Kremlin, anunciou, entretanto, a intenção do Comitê Paralímpico Russo recorrer da exclusão dos Jogos Rio2016 para o Tribunal de Justiça de Genebra.

Na terça-feira, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, rotulou de “cínica” a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) de rejeitar o apelo dos atletas paraolímpicos russos, impedindo-os de participar nos Jogos do Rio21016.

“A exclusão dos nossos atletas paraolímpicos do Rio2016 é uma decisão cínica, motivada pelo desejo de afastar os principais rivais”, escreveu Dmitry Medvedev na sua página na rede social ‘Twitter’.

Também o ministro russo dos Desportos, Vitali Mutko, considerou, no altura, a rejeição pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) do apelo dos atletas paraolímpicos aos Jogos Rio2016 uma decisão “mais política do que jurídica”.

A Rússia continua a negar as conclusões do relatório McLaren sobre a participação estatal num sistema organizado de ‘doping’ e, em particular, a intervenção no processo do próprio ministro dos Desportos, Vitaly Mutko.

Os Jogos Paralímpicos disputam-se desde 1948 e têm visto a sua dimensão e importância crescer nos últimos 20 anos, tendo contado na última edição, em Londres2012, com a participação de 4.300 atletas, em representação de 164 países.