O jornal Estado de S. Paulo avança que Lula da Silva foi indiciado pela Polícia Federal brasileira por corrupção e lavagem de dinheiro. O indiciamento foi aberto a partir das provas e depoimentos feitos no inquérito que investiga um apartamento tríplex, no Guarujá, cuja posse terá sido ocultada pelo ex-Presidente do Brasil.

A propriedade fará parte de um conjunto de “vantagens ilícitas”, dadas por empresas investigadas pela Operação Lava Jato, das quais Lula da Silva será beneficiário, segundo apontam as autoridades.

Conforme destaca o Estado de S. Paulo, este é o primeiro indiciamento formal contra Lula da Silva, no âmbito da Operação Lava Jato. Esta etapa é anterior à denúncia criminal, que deve ser apresentada pelo Ministério Público Federal ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância. Uma das medidas que pode ser tomada pelo juiz é a prisão preventiva de Lula da Silva, caso julgue necessário para a condução das investigações.

Também foram indicados no mesmo processo Marisa Letícia, esposa de Lula da Silva, e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

Segundo a Polícia Federal brasileira, a construtora OAS terá pago uma remodelação do apartamento no valor de 192 mil euros, feitos entre abril e setembro de 2014. A OAS terá recebido o empreendimento da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que teve como presidente João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso desde abril de 2015 pela Operação Lava Jato.

Lula da Silva foi levado pelas autoridades para depor, a 4 de março, ao abrigo de um mandado de “condução coercitiva” [que é emitido quando a pessoas que está ser investigada é obrigada a depor] assinado por Sérgio Moro. Lula foi ouvido pelas autoridades no aeroporto de Congonhas em São Paulo. Na altura, ele negou conhecer o engenheiro da OAS Paulo Gordilho, que teria participado da reforma da propriedade.

A assessoria de imprensa do Instituto Lula divulgou, em janeiro, um comunicado de imprensa em que afirma que o ex-presidente ou os seus familiares não eram donos do apartamento, mas que eram proprietários de quotas num projeto da Bancoop. O texto, que contém uma cópia do contrato assinado com a cooperativa, afirma que a família do ex-presidente investiu cerca de 41 mil euros na compra da quota e que esta foi declarada à Receita Federal do Brasil e ao Tribunal Superior Eleitoral.

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