O advogado do jovem agredido em Ponte de Sor por dois irmãos iraquianos disse esta sexta-feira que a Polícia Judiciária já desenvolveu diligências para ouvir Rúben Cavaco, que continua internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa.

“Já houve uma diligência para tentar ver se o menor estaria em condições de prestar declarações, mas ainda não está. Eles próprios puderam constatar que o Rúben ainda não tem noção do espaço, nem de tempo”, disse o advogado Santana-Maia Leonardo à agência Lusa.

De acordo com o advogado, Rúben Cavaco, de 15 anos, já reconheceu a mãe, mas o seu estado de saúde “mantém-se como há dois ou três dias”, sendo que, por vezes, “parece melhor”, mas “ainda não está em condições de falar”.

Santana-Maia Leonardo acrescentou, ainda, que recebeu na quinta-feira à noite o despacho de indeferimento por parte do tribunal para consulta do processo, em virtude de se encontrar ainda em segredo de justiça, a aguardar a acusação por parte do Ministério Público.

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“O processo ainda está em segredo de justiça e por isso foi indeferido o meu pedido para o consultar”, disse o advogado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português entregou na quinta-feira ao encarregado de Negócios da Embaixada do Iraque, em Lisboa, o pedido de levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador daquele país.

Numa entrevista à SIC, os filhos do embaixador iraquiano admitiram as agressões, afirmando que nunca tiveram a “intenção de ferir tão gravemente uma pessoa” e pediram “sinceras e sentidas desculpas” à vítima e à sua família.

Os dois gémeos disseram também que permanecerão em Portugal até o caso ser esclarecido e garantiram que não invocaram a imunidade diplomática de que gozam, assumindo as suas responsabilidades e enfrentando as consequências.

Ruben Cavaco, que chegou a estar em coma induzido após sofrer agressões na cabeça, saiu dos cuidados intensivos na terça-feira, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para onde foi transportado de helicóptero, na passada quarta-feira, data dos incidentes.