Em Janeiro passado, e na sequência do escândalo das emissões que envolveu o Grupo VW, investigadores franceses fizeram buscas a três instalações da Renault no sentido de apurar se a marca de Billancourt também teria falsificado dados relativos aos seus modelos. Em Abril, e com o mesmo objectivo, foi a vez do Grupo PSA ser alvo de medidas idênticas.

Tudo isto porque o Ministério do Ambiente francês decidiu encomendar um relatório para avaliar os dados relacionados com as emissões poluentes dos automóveis vendidos naquele país. Oficialmente, as conclusões apontavam para a existência de alguns modelos com emissões de CO2 e NOx em estrada superiores às obtidas em condições laboratoriais, mas sem que tivessem sido encontrados dispositivos destinados a falsificar tais emissões.

Contudo, na passada segunda-feira, o jornal “Financial Times”, conforme o Observador deu conta, anunciava que três membros da comissão responsável pela elaboração deste relatório afirmaram que o mesmo não incluía todos os detalhes das suas investigações, incluindo algumas discrepâncias relativas ao Renault Captur. Ao mesmo tempo que sugeriam que o governo teria sido brando para com a Renault, por deter uma participação de 20% na empresa.

A notícia obrigou o Ministério do Ambiente gaulês a reagir, recusando tal possibilidade. Como se pode ler em comunicado: “O ministério quer negar formalmente as afirmações do “Financial Times” no artigo acerca do relatório relativo às emissões dos automóveis. A França foi o único país que criou uma comissão aberta e independente no seguimento das revelações do caso Volkswagen, e testou todas as marcas de automóveis do mercado francês.”

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A oportunidade foi ainda aproveitada para afirmar que já estão publicados os resultados relativos a todos os 86 veículos analisados, cujos testes decorreram de forma aleatória após a erupção do chamado “Escândalo Volkswagen”. E que a autoridade francesa que supervisiona a concorrência e a fraude iniciou já uma investigação com vista a apurar as razões das anomalias detectadas durantes estes testes.

Por seu turno, a Renault também reiterou ter cumprido estritamente a lei, acrescentando que que os seus automóveis não estavam equipados com software falsificador das emissões e que todos os esclarecimentos técnicos exigidos foram enviados para a comissão em questão, bem como para outras autoridades que estão a levar a cabo investigações semelhantes.

De recordar que, em Janeiro, a marca chamou às oficinais 15.800 unidades do Captur para reparar os seus sistemas de controlo de emissões, ao mesmo tempo que disponibilizou actualizações para estes mesmos dispositivos instalados em cerca de 700 mil automóveis equipados com motores diesel Euro 6 da mais recente geração.