A Antártida é um dos locais mais inóspitos do mundo. Além dos grupos de investigadores das bases científicas que por lá vivem de forma temporária, praticamente isolados da civilização (o que leva alguns a cometer alguns excessos para manter a sanidade mental) poucas pessoas pensam em enfrentar as temperaturas negativas do Pólo Sul.

Mas existem turistas mais aventureiros, com bolsos bem recheados (e que provavelmente não precisam de levantar dinheiro nesta caixa multibanco) que pagam 64.000 euros para passar entre sete a onze noites num hotel 5 estrelas, naquele que será porventura o hotel mais isolado do mundo.

Chama-se White Desert (literalmente, “Deserto Branco”) e fica na região de Queen Maud Land (um território que a Noruega reclama como dependente), no norte da Antártida. O hotel existe há dez anos e foi completamente renovado, antes de reabrir em novembro. Os preços não estão ao alcance da maioria das pessoas, mas reservas não faltam. Até porque o hotel só está aberto três meses por ano — de novembro a janeiro — por causa das condições meteorológicas difíceis.

A ideia de fundar um hotel parecido a um campo de exploração científica (com várias construções semelhantes a igloos) nasceu em 2006. Partiu de um grupo de três exploradores que queriam que mais pessoas pudessem apreciar a beleza gélida da região. Mas com o maior conforto possível. Os fundadores querem que os hóspedes desfrutem de uma estadia “mais parecida com o luxo do Velho Mundo dos primeiros exploradores vitorianos – com acessórios de latão, cadeiras de couro e cestos de piquenique”, lê-se na apresentação.

Os hóspedes pernoitam em “cúpulas” (existem seis disponíveis, semelhantes a esferas gigantes), tomam refeições numa sala de jantar semelhante a um cenário da Guerra dos Tronos (construída com materiais naturais) e podem também fazer várias atividades (observar pinguins, caminhadas no gelo, entre outros). O hotel quer ser o mais o mais amigo do ambiente possível: a água utilizada provém do lago gelado mais próximo e os materiais para a renovação foram levados por um avião de carga que custou menos de cinco euros por cada quilograma transportado, disse Robyn Woodhead, que dirige o hotel com o marido, citada pelo Le Figaro.

Para além disso, o hotel “opera com uma política de impacto [ambiental] zero”, explicou Robyn Woodhead à Bloomberg. Se quer sonhar com um destino de férias diferente, veja as imagens na fotogaleria acima.

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