O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou hoje o Governo de estar a “quebrar palavras” em investimentos em obras públicas, como o IC35, que tinham sido lançados pelo anterior Executivo, mas adiados pelo atual.

“O que eu espero é que isso [redução do défice] não se faça à custa de quebras de palavras em investimentos que eram importantes, como era, por exemplo, aqui para toda esta região, o IC35”, comentou, em declarações aos jornalistas, quando visitava a Feira Agrícola do Vale do Sousa (Agrival), em Penafiel.

Criticando o Executivo socialista de António Costa por estar a privilegiar as despesas correntes em prejuízo das despesas públicas de investimento, o líder do PSD prosseguiu:

“Há muitos projetos que até um Governo que tinha dificuldades financeiras grandes, como nós tivemos no passado, conseguiu pôr de lado o suficiente para que essas obras pudessem avançar e agora estão todas na prateleira”, afirmou o ex-primeiro-ministro

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Por estar em Penafiel acompanhado de Antonino Sousa, o presidente da Câmara, Passos Coelho insistiu no dossiê do IC35 (ligação de Penafiel a Entre-os-Rios), uma acessibilidade reclamada há dezenas de anos pelos concelhos do Tâmega e Sousa, mas adiada por vários governos.

A propósito, o líder social-democrata afirmou: “Nós, na altura, não tínhamos dinheiro para fazer a obra toda, mas canalizámos uma parte para avançar com a primeira empreitada. Lançámos o concurso, faltava apenas fazer a adjudicação. E o novo Governo, porque fez outras opções e agora não tem dinheiro para gastar, empurrou com a barriga e disse que já não ia adjudicar e que em 2017 se veria o que se iria fazer com isso”.

Ainda a propósito do IC35, Passos acrescentou: “Pode parecer uma gotinha de água, uma coisa que não tem importância nenhuma, mas havia uma obra que devia ter avançado que é essencial para que, do ponto de vista económico, a região se possa desenvolver melhor”.

Passos reafirmou o que dissera no sábado em Paços de Ferreira, nomeadamente que o atual Governo está a gastar menos do que o governo PSD/CDS em investimento público, o que considerou “uma incoerência” face ao discurso do PS e do resto da esquerda quando eram oposição.