Os cientistas ainda não conseguem prever a erupção de vulcões, mas olham com cada vez mais atenção para os sinais geológicos que habitualmente precedem estes acidentes naturais. Foi o que aconteceu esta segunda-feira de manhã, na Islândia, uma sequência de abalos disparou o alerta.

Dois sismos com a magnitude de 4.6 e 4.5 na escala de Richter abalaram o Katla, um dos maiores vulcões da ilha. Seguiram-se pelo menos 10 réplicas, sem baixas ou danos a registar, de acordo com as autoridades locais, citadas pela Bloomberg. Estes foram os maiores abalos registados desde 1977.

A Islândia é um dos locais da Terra com maior atividade vulcânica. Tem 130 vulcões e um dos maiores é precisamente o Katla, que teve a última grande explosão em 1918, espalhando o rasto de cinza pela atmosfera durante cinco semanas.

Há seis anos o mundo sentiu o poderoso efeito deste fenómeno, com a erupção do “pequeno” Eyjafjallajökull – tem uma cratera com menos de quatro quilómetros, a do Katla tem dez. As projeções de cinza tiveram um pico de “apenas” cinco dias, mas foi o suficiente para obrigar ao cancelamento de 100 mil voos, afetando o tráfego aéreo em todo o mundo.

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Os sismos sentidos esta manhã são um sinal de alarme para levar a sério também por outro motivo, conta a Bloomberg: é que a história geológica diz que o Katla tem entrado em erupção um ou dois anos depois do Eyjafjallajökull.

As últimas erupções do Katla ocorreram em 1955 e em 1999, mas nenhuma fez derreter o enorme manto de gelo que cobre a cratera, um colosso com 10 quilómetros de largura. A montanha, com aproximadamente 1.500 metros de altura, é coberta por dois glaciares, o Eyjafjallajökull e o Mýrdalsjökull.