O CDS-PP vai chamar ao parlamento o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para explicar o aumento dos pagamentos em atraso aos fornecedores dos hospitais, disse à Lusa a dirigente e deputada centrista Cecília Meireles.

“Não basta reconhecer o aumento dos pagamentos em atraso, é preciso explicar porque é que os pagamentos em atraso a fornecedores estão a aumentar. É preciso saber o impacto destes pagamentos em atraso no funcionamento dos hospitais e na assistência dadas aos doentes, o impacto real para as pessoas e os hospitais”, defendeu Cecília Meireles.

A vice-presidente do CDS-PP sublinhou que, “em sete meses, os pagamentos em atraso aumentaram 224 milhões de euros em hospitais EPE, o que dá uma média de aumento de 32 milhões de euros por mês”.

“Não basta reconhecer o aumento, é preciso contrariá-lo. É completamente inaceitável que o senhor ministro diga que ainda está longe dos valores máximos do passado”, argumentou Cecília Meireles.

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A deputada e dirigente centrista disse que, “se há coisa em que houve um enorme esforço feito nos últimos anos, por todos os portugueses, foi para limpar os pagamentos em atraso e diminuir os pagamentos em atraso na saúde”.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) reconheceu hoje que os pagamentos em atraso aumentaram, mas garantiu que a despesa está “controlada” nas aquisições de bens e serviços, assim como nos encargos com pessoal.

Numa nota enviada pela ACSS referente à execução orçamental do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a julho de 2016, lê-se que, “embora o stock dos pagamentos em atraso tenha aumentado, encontra-se muito longe dos máximos atingidos no passado”.

“A comparação homóloga encontra-se influenciada pelas sucessivas injeções extraordinárias de fundos realizadas no ano anterior, as quais atingiram ao longo do ano cerca de 403 milhões de euros”, prossegue a ACSS.

Na nota lê-se que “o défice do SNS em 2016 apresenta uma trajetória mensal de janeiro a julho que revela uma melhoria significativa na execução orçamental quando comparada com o ano anterior, permitindo prever como plausível o cumprimento das metas orçamentais fixadas para o corrente ano”.