A agência de notação financeira Moody’s realçou esta quarta-feira que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é positiva para os credores do banco público, já que vai ser feita em condições de mercado e respeitando as regras comunitárias.

Segundo Pepa Mori, vice-presidente da unidade de crédito da Moody’s, estas características do processo de recapitalização acordado entre Portugal e a Comissão Europeia permitem “evitar qualquer partilha de encargos nos instrumentos de dívida do banco como condição para uma injeção de capital financiada pelo governo”.

O reforço de capital também vai reforçar a fraca capacidade de absorção do banco relativamente ao seu alto nível de ativos problemáticos e operações deficitárias, acrescentou o especialista da agência de ‘rating’.

Pepa Mori considerou também que os moldes em que vai ser executado o plano de recapitalização da CGD visam “preservar a competitividade e sustentabilidade” da instituição.

“Para atingir essa meta, o banco vai ter que implementar um plano de reestruturação que permita restaurar a sua rentabilidade de longo prazo e reduzir os custos de provisionamento”, destacou o responsável, acrescentando que o mesmo plano também vai ter que assegurar um retorno adequado para o acionista, o Estado português, nas mesmas condições que qualquer outro banco privado.

“Porém, a extensão da melhoria dos fundamentais de crédito da CGD ainda é incerta, uma vez que as informações ainda são limitadas sobre o momento da injeção de capital e das outras medidas de reforço de capital, tal como os detalhes do plano de reestruturação que se vai seguir à recapitalização do banco”, assinalou o perito da Moody’s, que mantém para já os ‘ratings’ atribuídos ao banco estatal.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR