Em apenas sete anos, a população de elefantes nas savanas africanas diminuiu 30%, de acordo com o Great Elephant Census (GEC), um projeto ambicioso realizado por 90 cientistas nos últimos dois anos e que foi divulgado na terça-feira pela revista PeerJ.

Antes da colonização europeia do continente africano, acredita-se que existissem cerca de 20 milhões de elefantes. Em 1979, havia cerca de 1,3 milhões, um número que não parou de diminuir desde então. Nos últimos dois anos, os elementos da organização contaram o número de animais vivos enquanto sobrevoavam 18 países africanos. De acordo com um comunicado emitido pela GEC, existem atualmente apenas 352.271 animais, uma queda de 8% por ano.

Este estudo tinha como principal objetivo criar uma base de dados para o estudo futuro das populações de elefantes, com vista a proteger melhor esta espécie. A maioria das mortes destes animais deve-se aos caçadores furtivos, que matam para depois venderem os dentes de marfim dos elefantes. O estudo indica que as zonas mais afetadas por este problema são as regiões de Angola, Moçambique e Tanzânia.

Paul Allen, cofundador da Microsoft, dedicou não só o seu tempo pessoal e esforço, como gastou 6,3 milhões de euros para apoiar o projeto. Allen alertou que as conclusões do estudo são “profundamente preocupantes”. Os resultados desta investigação revelam que 84% da população analisada está em áreas protegidas. No entanto, o número elevado de animais mortos demonstra que os animais estão a sofrer tanto nos parques como fora deles.

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Numa tentativa de expor o mundo do tráfico de marfim, as Vulcan Produções — que também apoiaram este projeto — vão realizar dois filmes este ano: o Jogo do Marfim e Naledi: uma cauda de elefante bebé.

O recenseamento foi iniciado em dezembro de 2013 e foram necessários 81 aviões e 286 membros da tripulação a voar cerca de 463 mil km para concluir o inquérito.

O registo dos elefantes das savanas ainda necessita de ser efetuado na República Centro-Africana e o Sudão do Sul, uma vez que o acesso foi dificultado pelos combates que tem marcado estes países nos últimos anos.

Texto editado por Vítor Matos