O cemitério Wadi al-Salam (literalmente, “Vale da Paz”), na cidade sagrada de Najaf, no Iraque, é um local especial para os chiitas. Foi ali que, por volta de 661 d.C., se acredita ter sido sepultado o primeiro imã, Ali Bin Abi Talib, primo e genro do profeta Maomé. Najaf cresceu à volta do mausoléu de Ali — o Masjid Ali –, assim como o cemitério, que é considerado o maior do mundo.

Nos últimos anos, porém, Wadi al-Salam não tem parado de crescer. A guerra no Iraque fez com que o número de enterros diários subisse para cerca de 200, de acordo com a Reuters. Anteriormente, eram enterradas entre 80 a 120 pessoas por dia no Wadi al-Salam.

Como o espaço é cada vez mais escasso, os preços quase que duplicaram desde 2014, altura em que a violência escalou na região, à medida que o Estado Islâmico ia ganhando controlo de várias zonas no norte e oeste do país. Um lote de 25 metros quadrados de terra custa agora cerca de cinco milhões de dinares iraquianos (cerca de 3.675 euros).

O cemitério Wadi al-Salam, que mede cerca de dez quilómetros quadrados, tem milhares de sepulturas e é procurado por chiitas no mundo inteiro. Antes de partirem para o combate, os soldados chiitas costumam visitar o mausoléu de Ali e pedir para serem sepultados ao seu lado como recompensa pelo seu sacrifício. A seguir aos iraquianos, a maioria das pessoas enterradas são provenientes do Irão, o país vizinho.

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