O deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza questionou esta quinta-feira o Governo sobre se confirma o artigo publicado pelo Diário de Notícias, segundo o qual há antigos espiões a venderem segredos a políticos e empresários.

“O Diário de Notícias (DN) publicou hoje uma peça jornalística cujo conteúdo, pela sua gravidade, está a criar enorme alarme social”, argumenta o deputado do Bloco de Esquerda, acrescentando que “segundo aquele jornal, ex-quadros do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) – na notícia é identificado Rúben Ribeiro – e do Serviço de Informações de Segurança (SIS), desempenham atualmente funções na empresa Intellcorp, uma empresa recentemente criada que se dedica à venda de serviços de intelligence – uma espécie de ‘secretas privadas'”, diz o Bloco.

“A situação hoje dada a conhecer pelo Diário de Notícias, a confirmar-se, é, pois, de enorme gravidade pela promiscuidade que a atuação destes ‘ex-espiões’, em empresas com estes fins, configura, havendo legítimas razões para o país temer que os mais diversos segredos, informações, contactos ou fontes obtidos por aqueles ex-funcionários, no exercício das suas funções nos Serviços de Informações da República Portuguesa, possam ser instrumentalizados para os mais variados interesses políticos, partidários ou empresariais”, acrescenta o Bloco.

Usando a possibilidade prevista no regimento da Assembleia da República de colocar perguntas ao Governo, o grupo parlamentar do Bloco questiona o Executivo sobre este tema, com as seguintes perguntas: “Tem o Governo conhecimento da situação atrás relatada? Pode confirmá-la? Não considera o Governo que o desempenho das funções atrás enunciadas na empresa Intellcorp por parte dos “ex-espiões” do SIED e do SIS configura um caso flagrante de manifesta incompatibilidade com as finalidades ou o funcionamento do Sistema de Informações da República Portuguesa ou com a segurança e interesses nacionais? Em caso afirmativo, que medidas vai acionar o Governo para garantir o cumprimento da lei em matéria de ‘período de nojo’?”.

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