Com toda a pompa e circunstância, a Skoda revelou, finalmente, num mega-evento levado a cabo em Berlim, aquele que é considerado como um modelo determinante para o seu futuro. Ou não fosse, simultaneamente, a primeira criação da marca checa a oferecer sete lugares, e também o seu primeiro SUV, por isso se inserindo num dos segmentos mais competitivos e em maior crescimento no mercado europeu.

Com 4.697 mm de comprimento, 1.882 mm de largura, 1.655 mm de altura e uma distância entre eixos de 2.791 mm, o Kodiaq foi desenhado com o fito de a sua imagem exterior reflectir, de imediato, o seu carácter versátil e polivalente. Linhas puras e simples, mas nem por isso menos apelativas, e que de imediato identifiquem quer a sua personalidade própria, quer a sua origem.

A frente é dominada pela grelha de generosas dimensões e efeito tridimensional, e pelos grupos ópticos bastante afilados de efeito cristalino, inspirados na tradição checa da manufactura do vidro. Os guarda-lamas de formas angulosas e os farolins traseiros por LED de formato em “C”, já característico da marca de Mladá Boleslav, são outros dos factores distintivos de um design que garante ainda uma importante eficiência aerodinâmica, patente num Cx de 0,33.

As linhas mestras do design exterior foram transportadas, também, para o habitáculo, dominado por elementos dispostos verticalmente, como as quatro saídas de ventilação, e pelo tablier dividido em duas metades iguais, para condutor e passageiro, pelo ecrã do sistema de info-entretenimento. A qualidade a bordo promete ser outras das principais virtudes do Kodiaq que, em opção, oferece ainda o ar condicionado com três zonas independentes de regulação da temperatura. Os níveis de equipamento e acabamento dividem-se entre Acive, Ambition e Style.

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Não obstante ser apenas 40 mm mais comprido do que o Octavia, o SUV checo garante a oferta de um espaço interior bastante mais generoso, muito acima da média do seu segmento. E, ainda, a maior bagageira da sua classe: com 720 litros na sua configuração normal, atinge uma capacidade máxima de 2.065 litros estando o banco traseiro (rebatível na proporção 60/40) totalmente rebatido, permitindo, inclusive, o transporte de objectos com até 2,8 metros de comprimento quando se opta pelo banco do passageiro dianteiro dobrável.

E porque de bancos aqui se trata, menção obrigatória para os dois assentos individuais traseiros passíveis de instalar, em opção, numa terceira fila, que fazem do Kodiaq o primeiro Skoda capaz de transportar sete passageiros. Sendo que, para uma melhor gestão do espaço, quer para passageiros quer para bagagens, os bancos da segunda fila podem ser ajustados longitudinalmente até 18 cm.

Na base do primeiro SUV da Skoda está a já célebre plataforma modular MQB do Grupo VW, uma estrutura (re)conhecida, também, pela forma como conjuga robustez com baixo peso, permitindo ao Kodiaq anunciar não mais do que 1.452 kg na sua versão de acesso, o que não o impede de oferecer uma capacidade de reboque de 2.500 kg. A este propósito, sublinhe-se que este é o primeiro modelo da marca checa a oferecer o controlo de estabilidade com assistente de reboque, assim como o sistema Area View, de câmaras surround e capaz de proporcionar uma vista panorâmica do veículo e daquilo que o rodeia.

O Kodiaq oferecerá, de série, a travagem de emergência em cidade (activa até aos 34 km/h) e o sistema destinado a evitar colisões múltiplas em caso de embate. De série ou em opção, consoante as versões, estarão igualmente disponíveis o sistema de protecção de peões, o cruise control adaptativo com radar, o alerta de saída involuntária da faixa rodagem, a monitorização do ângulo morto, o alerta de trânsito pela traseira (para manobras de marcha-atrás) e o assistente à manutenção na faixa de rodagem (mantém, automaticamente, o veículo na faixa de circulação pretendida a velocidades até 65 km/h).

Já a gama de motores será composta, no que aos diesel diz respeito, pelo “inevitável” 2.0 TDI, nas suas versões de 150 cv e 340 Nm, e de 190 cv e 400 Nm. A oferta a gasolina inclui o 1.4 TSI nas variantes de 125 cv e 200 Nm, e de 150 cv e 250 Nm – neste último caso dotado da tecnologia de gestão activa dos cilindros ACT, capaz de inibir o funcionamento do segundo e terceiro cilindros sempre que possível, para reduzir consumos e emissões. No topo da oferta estará o 2.0 TSI de 180 cv e 320 Nm.

Em termos de transmissão, o Kodiaq é proposto com caixa manual de seis velocidades, ou pilotada de dupla embraiagem DSG (com seis ou sete relações), assim como em variantes de tracção dianteira ou integral. As versões 2.0 TDI de 180 cv e 2.0 TSI apenas estão disponíveis com sistema 4×4 e caixa DSG7. O 1.4 TSI de 150 cv com tracção total pode montar a caixa manual ou a DSG6, sendo a sua variante de tracção dianteira sempre combinada com a caixa DSG6. O 2.0 TDI de 150 cv e tracção integral é proposto com caixa manual ou DSG7, estando sempre equipado com caixa DSG7 na variante de tracção dianteira. Por fim, a versão de acesso 1.4 TSI de 125 cv só pode contar com tracção dianteira e caixa manual de seis velocidades.

Com suspensões independentes nas quatro rodas, o Kodiaq propõe também, em opção, o sistema de amortecimento adaptativo DCC com os modos de funcionamento Comfort, Normal e Sport. Igualmente opcional é o sistema Driving Mode Select, que permite optar entre os modos de funcionamento Eco, Normal, Sport e Individual, e que ajusta em conformidade o desempenho da direcção assistida, do ar condicionado, do próprio motor e da caixa DSG. Novidade, aqui, o modo Snow incluído nas versões de tracção integral, e em que é ajustado o funcionamento também do ABS, do controlo de tracção e da embraiagem multidisco do sistema 4×4, para garantir a máxima motricidade e estabilidade sobre superfícies mais escorregadias.

Aposta decisiva para a Skoda, o novo Kodiaq marcará presença no Salão de Paris, já no próximo mês de Outubro, só depois se iniciando a respectiva comercialização. Para Portugal ainda não há preços nem alinhamento de gama disponíveis, mas já se sabe que a sua estreia por terras lusas ocorrerá durante o primeiro trimestre do próximo ano, porventura em simultâneo com a chegada da Primavera.

Se quiser ver como foi a apresentação em Berlim, assista ao vídeo.