O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, pediu às instituições de ensino superior que deixassem de reconhecer as comissões de praxe e outros órgãos que são responsáveis por regular as praxes académicas.

A informação é adiantada na edição desta terça-feira do jornal Público, onde o ministro diz que “há alternativas à humilhação” e o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Cunha fala numa recomendação de Manuel Heitor para que não haja “qualquer tipo de reconhecimento institucional a estruturas de estudantes que não sejam as que são eleitas”. Uma conclusão tirada depois de o responsável ter lido uma carta enviada por Heitor a todos os reitores e presidentes de politécnicos, sobre a receção aos novos alunos nas Universidades.

Nessa missiva, o ministro critica o “abuso e humilhação” a que os “caloiros” são sujeitos durante as praxes académicas e diz pretender que os programas de receção aos novos alunos sejam focados na cultura e ciência, em vez da tradição das praxes. A carta seguiu também para os dirigentes das associações estudantis e às lideranças das unidades de investigação do sistema científico nacional.

Parte da carta aberta foi publicada na edição impressa do jornal Expresso do último fim de semana em que Manuel Heitor defende que “o ingresso no ensino superior tem sido marcado por práticas contrárias aos ideais de liberdade” e que “as manifestações de abuso, humilhação e subserviência” verificadas nas praxes “afetam a credibilidade do ensino superior”.

Como forma de alternativa às praxes, Manuel Heitor propõe que durante a receção aos novos alunos devem ser apresentadas as vantagens inerentes à formação superior, bem como “as mais-valias de uma sociedade baseada no conhecimento”. Para atingir esse mesmo objetivo, foram dadas instruções à Fundação para a Ciência e Tecnologia para que ajude na realização de atividades de integração de novos estudantes de âmbito científico-cultural. O ministro pretende ainda que a agência nacional Ciência Viva dê apoio às instituições de ensino superior na “dinamização de iniciativas destinadas aos novos estudantes”.

Manuel Heitor conclui a missiva afirmando: “Pela minha parte, tudo farei para que a humilhação não seja uma tradição académica!”

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