O incêndio em Soure, distrito de Coimbra, que foi dado como dominado hoje de madrugada, consumiu 1.400 hectares e afetou olivais, assim como pastagens essenciais para 4.000 cabeças de gado do concelho, disse à agência Lusa o presidente do município.

O incêndio que começou na segunda-feira terá consumido 1.400 hectares, dos quais 100 no concelho de Penela e cerca de 50 no concelho de Condeixa-a-Nova, tendo sido Soure o principal município afetado pelas chamas, afirmou o presidente Mário Jorge Nunes.

O incêndio consumiu cerca de 400 hectares de olival, 200 dos quais “de castas e variedades recentes que se encontravam em plena laboração”, e muita zona de pastagem “essencial para 4.000 cabeças” de ovelhas e cabras das localidades de Cotas, Degracias, Ramalheira, Quatro Lagoas e Vale Centeio, sublinhou o autarca.

Mário Jorge Nunes referiu que três anexos com algumas alfaias agrícolas foram afetados pelas chamas, mas não há qualquer registo de habitações destruídas pelas chamas ou de perda “de uma única cabeça de gado”.

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De momento, a situação mais preocupante para o município é a falta de pastagens para as 4.000 cabeças de gado que alimentam a produção de queijo, nomeadamente de uma queijaria situada em Cotas, que produz queijo do Rabaçal, e que “tem obtido primeiros prémios a nível nacional”.

A erva-de-santa-maria, que dá o sabor e características do queijo daquela região, “desapareceu” com as chamas, constatou o presidente da Câmara de Soure, considerando que a produção de queijos poderá sair afetada do incêndio.

“Estamos agora a estudar a possibilidade de mandar comprar palha e feno para não faltar alimento ao gado”, avançou Mário Jorge Nunes, referindo que também será feito um “inventário para se saber quais as necessidades dos agricultores”.

As localidades afetadas pelo incêndio são maioritariamente habitadas por população idosa “que encontra no pastoreio e no olival uma fonte de rendimento complementar às suas pequenas reformas. Esse rendimento deixa de existir para já”, constatou o autarca.

Para além das zonas de pastagem e olival, o incêndio também consumiu “algumas explorações agrícolas e manchas de pinheiro e de eucaliptos”, informou.

“Lamenta-se a grande área ardida, mas deve ressalvar-se que foram salvas todas as habitações que estiveram em risco na Ramalheira, Degracias e Quatro Lagoas”, salientou Mário Jorge Nunes.

O incêndio em Soure começou na segunda-feira, pelas 15:30, tendo chegado a ter três frentes ativas.