Maria Luís Albuquerque defende que o Novo Banco já devia ter sido vendido e considera que o adiamento da operação não tem tido resultados positivos. A ex-ministra das Finanças do governo de coligação PSD/CDS assume, em entrevista ao Jornal de Negócios, que queria ter fechado a venda na primeira tentativa, em setembro de 2015, a um mês das eleições legislativas, mas acrescenta que “essa decisão não era do Governo, era do Fundo de Resolução — ou seja, do Banco de Portugal que optou por adiar a operação por considerar as ofertas insuficientes –. Mas a minha posição na altura é que devia ter sido vendido.”

A ex-ministra das Finanças admite assim que “que esperar por dias melhores para vender não tem sido uma estratégia positiva. Mais para a frente nunca foi melhor portanto não tenho razões para acreditar que adiar é bom”

A vice-presidente do PSD continua a acreditar que a solução aplicada pelo governo anterior na resolução do Banco Espírito Santo (BES) não terá custos para os contribuintes. “Continuo a achar que se for vendido como deve ser, pode demorar mais tempo para que o Fundo de Resolução devolva os 3,9 mil milhões de euros (emprestados pelo Estado), mas a lei nem permite que esse dinheiro não seja devolvido”.

O Fundo de Resolução iniciou em março a segunda tentativa de venda do Novo Banco. Recebeu quatro propostas em junho, mas o processo de avaliação das ofertas tem-se revelado mais longo do que o previsto e ainda não existe uma certeza de que o desfecho será a alienação. A Comissão Europeia deu mais tempo a Portugal para vender o Novo Banco, mas o prazo termina em agosto de 2017.

Maria Luís Albuquerque tem uma atuação positiva sobre a atuação de Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que tem sido muito apreciado pelos portugueses e essa, acrescenta, é uma função muito importante de um Presidente. Acho que tem uma Presidência muitíssimo bem -sucedida.

Já sobre o governo liderado por António Costa e em vésperas de apresentação do Orçamento do Estado para 2017, avisa que a reposição de rendimentos tem um preço que é o aumento de impostos. “Quando o Estado entende que deve repor rendimentos mais rapidamente, como tem restrições orçamentais, opta por aumentar outros impostos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR