O corpo do maquinista português falecido no acidente ferroviário na Galiza (Espanha) pode não ser trasladado esta terça-feira para Portugal, uma vez que a polícia científica espanhola não confirma a identificação do corpo com os documentos enviados pelas autoridades portuguesas.

Na segunda-feira, fonte oficial do tribunal tinha dito à agência Lusa que o consulado de Portugal [em Vigo] tinha enviado o documento de identificação oficial, o que permitiria a verificação [da identidade] e a entrega do corpo para trasladação ainda hoje.

No entanto, durante a verificação feita esta terça-feira de manhã, a polícia científica espanhola não conseguiu confirmar a identidade do corpo do maquinista com os documentos enviados pelas autoridades consulares portuguesas.

A documentação enviada “não permite identificar oficialmente o corpo”, devido a questões relacionadas com impressões digitais, pelo que as autoridades consulares terão de enviar nova documentação, precisou a fonte do tribunal.

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No acidente ferroviário de sexta-feira faleceram quatro pessoas, o maquinista de nacionalidade portuguesa, natural de Ermesinde, um cidadão norte-americano, e mais dois espanhóis (o revisor do comboio e maquinista estagiário) cujos funerais já se realizaram no domingo.

Um técnico da comissão de investigação de acidentes ferroviários, Edmundo Parras, indicou hoje que “tudo aponta para excesso de velocidade” como causa do acidente ferroviário de sexta-feira em O Porriño, Galiza.

Parras falava à entrada do tribunal de O Porriño (Pontevedra, Galiza, Noroeste de Espanha), onde hoje de manhã serão abertas as caixas negras do comboio.

As caixas negras do comboio – que fazia o trajeto Vigo-Porto, operado conjuntamente pela CP e pela espanhola Renfe – serão abertas na presença de representantes da CP, da Renfe e das gestoras das redes ferroviárias de ambos os países, a portuguesa Refer e a espanhola Adif.

O equipamento recuperado do sinistro regista as velocidades do comboio, as distâncias e os sinais que recebeu.

A CP e a Renfe operam conjuntamente a linha Vigo-Porto desde 2011. Responsáveis de ambas as empresas asseguraram que o comboio tinha sido alvo de revisões recentes.

Também admitiram que na zona do acidente havia obras na linha, pelo que o comboio teve de passar por uma linha secundária, o que exigia uma diminuição de velocidade.