Chelsea Manning decidiu pôr fim à greve de fome que tinha começado na sexta-feira passada, depois de ver aprovado o pedido que tinha dirigido ao Exército: fazer a cirurgia de mudança de sexo para mulher. A aprovação do pedido tinha sido recomendada por uma psicóloga em abril, anunciou a American Civil Liberties Union (ACLU). Esta é a primeira vez nos EUA que uma pessoa transgénero recebe tratamento cirúrgico na prisão, informou a mesma organização.

Chelsea foi um dia Bradley e foi como Bradley que foi condenada a 35 anos de prisão em agosto de 2013. Anunciou que era mulher precisamente nessa altura. Para a condenação esteve em causa o facto de ter entregado mais de 700 mil documentos secretos do Departamento de Estado americano à organização Wikileaks.

Manning está a cumprir pena na ala masculina da prisão militar de Fort Leavenworth, no Kansas, apesar de estar a fazer tratamento hormonal para alterar o género de rapaz para rapariga e de ter mudado o nome inclusive nos documentos militares.

Chelsea contou em 2015 que conseguiu que lhe enviassem maquilhagem e roupa de mulher para a prisão. Só não lhe permitiam que “tivesse o cabelo comprido”. Agora, de acordo com os representantes da mulher de 28 anos, os médicos do Exército recomendaram que seja permitido a Chelsea “seguir os padrões de cabelo feminino”.

O ex-soldado americano, hoje mulher, lamentou que a decisão de passar às cirurgias finais “tenha demorado tanto tempo” mas agradece a oportunidade “Estou infinitamente aliviada que o Exército esteja finalmente a fazer a coisa certa. Aplaudo-os por isso. Isto é tudo o que eu queria — que eles me deixassem ser o que eu sou”, rematou.

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