Uma conferência internacional de doadores, na qual participaram o cantor Bono, Bill Gates e vários líderes políticos, definiu hoje o objetivo de angariar 13 mil milhões de dólares para a erradicação até 2030 da sida, tuberculose e malária.

O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau é o anfitrião da quinta conferência trienal de reposição do Fundo Global da luta contra estas doenças, que contou com a presença do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e de meia dúzia de chefes de estado.

Os dois dias de conferência terminam com um concerto do cantor de R&B Usher e da banda indie Metric.

“Há destruição que temos que parar. Bombardeamentos e guerra na Síria e em outros locais”, disse o vocalista dos U2, Bono Vox, aos delegados da conferência, no início do segundo dia.

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O cantor falou também na “destruição mais lenta que acontece em clínicas, onde as pessoas esperam em filas para receberam a última e pior notícia das suas vidas: VIH/SIDA”.

Criado como uma iniciativa público-privada, o Fundo Global gastou até hoje cerca de 30 mil milhões de dólares em programas de luta contra as três doenças mortais em todo o mundo, com a maior fatia a ser gasta em África.

O Fundo Global terá ajudado a salvar 22 milhões de pessoas e a prevenir 300 milhões de infeções nos últimos dez anos, e tenta atingir o objetivo da ONU de erradicar a sida até 2030 e as outras doenças ainda antes dessa data.

No entanto, precisa de angariar mais 13 mil milhões de dólares para custear as suas atividades nos próximos três anos.

“Ainda temos muito que fazer para terminar com estas epidemias”, referiu o fundador da Microsoft, Bill Gates. “Mas estou otimista que vamos conseguir. Uma questão chave é que temos a Ciência do nosso lado”, acrescentou.

Mais de 100 países já receberam ajuda do Fundo Global, mas 70% de todo o montante gasto foi para países africanos.

Nigéria, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul, Tanzânia e Uganda receberam a fatia maior.

Em Montreal, os presidentes do Senegal, Macky Sall, Mali, Ibrahim Boubacar, e Costa do Marfim, Alassane Ouattara, reiteraram a urgência de salvar vidas.

“A doença não conhece fronteiras”, afirmou Macky Sall.