O antigo presidente da República Jorge Sampaio propôs esta segunda-feira nas Nações Unidas, em Nova Iorque, a criação de um mecanismo de resposta rápida para jovens em situações de emergência que frequentem o ensino superior.

A proposta foi feita num encontro à margem da Cimeira dos Refugiados e Migrantes, em que os líderes dos 193 Estados-membros da ONU aprovaram a Declaração de Nova Iorque, que pretende criar condições para um melhor tratamento dos refugiados e migrantes.

“O dia de hoje serve para mostrar aos líderes mundiais que, a partir de agora, o ensino superior para os refugiados e deslocados é uma prioridade da agenda internacional. Hoje, comprometeram-se (…), por isso agora têm de tornar as vossas palavras em ações”, disse.

Jorge Sampaio participava num evento, co-patrocinado por um conjunto de entidades, designadamente por Portugal, Qatar e Grécia, relativo ao ensino superior em situações de conflito ou de desastres naturais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Apontando a discussão como “um ponto de partida para uma nova agenda”, Sampaio disse que agora “as coisas tinham de acontecer” e detalhou a sua proposta.

“Primeiro, temos de estabelecer dentro do sistema da ONU um grupo que junte parceiros com as mesmas ideias (…) que estejam disponíveis para liderar e abrir novos caminhos de cooperação”, explicou.

Depois, disse, será necessário “criar uma pequena equipa de trabalho que detalhe uma proposta completa para estabelecer o Mecanismo de Resposta Rápido para o Ensino Superior em emergências.”

“Em tudo isto, o que me parece mais importante é que não precisamos de reinventar a roda. Todas as componentes de tal mecanismo estão disponíveis, é apenas uma questão de moldar o contexto adequado que permitiria à comunidade académica alcançar resultados eficientes”, concluiu.

Jorge Sampaio lançou em 2013 a Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, que já permitiu a cerca de 135 estudantes universitários sírios prosseguirem os seus estudos.

O antigo Presidente foi no ano passado um dos agraciados na primeira edição do Prémio Nelson Mandela, criado pela Assembleia Geral da ONU para homenagear personalidades que se tenham dedicado a promover os ideais das Nações Unidas.

O ex-comissário para os Refugiados António Guterres e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, participaram no mesmo encontro.