O “complexo de Napoleão”, caracterizado pela tentativa de compensar a baixa estatura com comportamentos mais agressivos, parece ter um correspondente no mundo animal. Já viu pequenos cachorros a assustar cães grandes? A internet está cheia desses vídeos. Trata-se do “síndrome do cão pequeno” e foi estudado, em 2013, pelo investigador australiano, Paul McGreevy.

De acordo com o estudo, os cães mais pequenos têm níveis maiores de “agressividade contra o dono, ao pedir comida, ao marcar locais com urina, e ao pedir atenção”. Ou seja, os cães mais pequenos são mesmo mais agressivos do que os maiores.

Resta saber se a agressividade é uma questão genética ou se é potenciada pelo ambiente. Os investigadores concluíram que era impossível determinar qual a explicação para esta agressividade, mas deixam várias hipóteses em aberto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

https://www.youtube.com/watch?v=EOM0mmWWa64

Um especialista em comportamento canino da Universidade Lincoln, no Reino Unido, Daniel Mills, explicou à BBC que “o tamanho pode ter uma influência, mas não significa que todos os cães pequenos sejam maus”. O grande problema é a falta de dados. “A literatura sobre ataques de cães sugere que é mais provável ser mordido por um pastor-alemão do que por um Jack Russel, porque o ferimento é mais grave”, explica Mills.

Ainda assim, o especialista arrisca uma explicação. “As pessoas pensam nestes cães pequenos como uma comodidade. São um símbolo de estatuto, tal como ter um pit-bull. Eles não gostam de andar em malas, e isso afeta o seu desenvolvimento comportamental”, sublinha.

A BBC recolheu algumas opiniões junto dos seus leitores que são donos de cães, que apresentaram várias possíveis explicações. “Os donos pensam que, como eles são pequenos, é mais provável serem magoados por cães grandes, e geralmente não os deixam socializar muito enquanto são cachorros”, diz uma leitora. Outro leitor garante: “Eles não são necessariamente maus, mas certamente são mais defensivos”.