Rúben Cavaco, o jovem de 16 anos agredido pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, falou esta quinta-feira pela primeira vez à comunicação social através de duas entrevistas. À SIC, o jovem agredido em Ponte de Sor disse: “Nem os quero ver. Não aceito as desculpas”, referindo-se aos gémeos iraquianos. À CMTV garantiu que “nunca tinha visto” os dois gémeos em Ponte de Sor e que, portanto, não lhes conhecia as caras.

Tudo aconteceu a 17 de agosto. Os gémeos filhos do embaixador do Iraque em Portugal agrediram Rúben Cavaco, de 16 anos, em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, local onde os três jovens estudavam. Rúben foi transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com várias fraturas graves. Esteve em coma induzido mais de uma semana. Recuperou, mas apresenta falhas de memória. Os filhos do embaixador, Haider e Ridha Ali, que gozam de imunidade diplomática, admitiram a agressão em entrevista à SIC.

O caso está em segredo de justiça e, por esse motivo, Rúben Cavaco está impedido de falar sobre o que aconteceu naquela noite. O advogado de Rúben acompanhou a entrevista à CMTV e não deixou que o rapaz contasse detalhes dos episódios de agressão. Ainda assim, Rúben destacou que quer ver os agressores serem punidos pelo que fizeram: “Se me fizeram isso, têm de ser julgados. E que eles aprendam que não se deve fazer isso”, referiu.

Rúben está em Ponte de Sor a recuperar, junto da família e de alguns amigos. A mãe é mais dura e quer que seja feita justiça. “Não há palavras. Não é fácil ver um filho e não saber se ele vivia se morria. Até às 72 horas ele corria risco de vida. Foram 3 dias a pedir a Deus. O Rúben terá de ser indemnizado: há tratamentos a serem feitos, o trauma fica para a vida toda”, sublinhou a mãe, que garantiu também que não houve mais contacto entre a família e a embaixada do Iraque desde a entrega do ramo de flores a Rúben, enviado pelo embaixador, para o hospital.

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