A comissária europeia para a Política Regional considerou esta sexta-feira que, numa altura em que alguns responsáveis defendem a reconstrução de fronteiras, as regiões ultraperiféricas podem ser pontes das trocas comerciais da União Europeia (UE) com o exterior.

“Numa época em que as vozes se levantam para reconstruir fronteiras, as regiões ultraperiféricas podem ser uma ponte da União Europeia que abre caminhos e intercâmbios com áreas-chave, como as Caraíbas, Oceano Índico, África Ocidental e Américas”, afirmou Corina Cretu.

A responsável discursava na denominada sessão de parceria da XXI Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, cujo programa decorre desde segunda-feira e até sábado no Funchal.

As regiões ultraperiféricas da União Europeia são os territórios geograficamente distantes do continente — Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, Mayotte e Reunião (departamentos ultramarinos franceses), Canárias (Espanha) e Açores e Madeira (Portugal).

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A comissária salientou que a estratégia da UE para as regiões ultraperiféricas vai ser revista no próximo ano e será “o pilar da ação da União Europeia”. O seu sucesso, sublinhou, vai depender da “habilidade” dos líderes nas propostas para apoios comunitários.

Mencionando que está em preparação o Fórum das Regiões Ultraperiféricas, em Bruxelas, em março do próximo ano, a responsável apelou aos governantes regionais para que enviem os seus contributos atempadamente.

Corina Cretu adiantou que a Comissão Europeia irá fazer “um balanço das concretizações da estratégia anual” e vai preparar uma comunicação relativa à renovação da estratégia em setembro de 2017.

As acessibilidades, o combate ao desemprego e a integração regional nos diferentes países integram o leque das prioridades de ação.

A comissária destacou a importância da política de coesão, apontando que “13 mil milhões de euros estão disponíveis em 2014-2020 para ajudar a transformar os sonhos e ideias em desenvolvimento, crescimento e emprego para as pessoas”.

Corina Cretu sublinhou que, para atingir os objetivos, é necessário que as regiões “identifiquem, selecionem e implementem projetos de qualidade e se tornem parceiros confiáveis para os promotores”.

“As regiões precisam explorar plenamente o potencial das possibilidades de financiamento conjuntas, envolvendo a política de coesão, o Horizonte 2020 e o Plano de Investimentos da Europa”, instou a comissária europeia.

Foi ainda deixado um alerta para os perigos da pressão que tem surgido para acabar com as políticas de coesão.

Segundo a representante, embora exista uma realidade diferente daquela de há 30 anos, os países abrangidos pelo Fundo de Coesão continuam a precisar de apoios.