O ex-presidente da Câmara de Oeiras Isaltino Morais veio garantir, na quinta-feira à noite, que foi convidado pelo PSD para integrar as listas do partido numa candidatura ao município nas próximas autárquicas, mas que terá recusado a proposta. A declaração surge dois dias depois de o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreira, ter desmentido que Isaltino tivesse sido convidado para participar nas próximas eleições autárquicas. O presidente da distrital de Lisboa não comenta.

Em comunicado, Isaltino Morais adianta ter tido “algumas conversas” com Carlos Carreiras, coordenador autárquico do PSD, sobre as suas intenções de se candidatar ou não nas eleições do próximo ano.

Além disso, acrescenta, esteve reunido com o presidente da distrital de Lisboa do PSD, Miguel Pinto Luz, e com o presidente da concelhia de Oeiras, Ângelo Pereira, num hotel em Sintra a 26 de julho. “Foi-me transmitido por aqueles dirigentes do partido, o mandato que lhes tinha sido dado pelo referido coordenador autárquico, para que me fosse proposto concorrer aos órgãos autárquicos de Oeiras, integrando as listas do partido. Recusei os termos da proposta recebida”, revela Isaltino Morais.

O Observador confrontou Pinto Luz com a existência de contactos com Isaltino, mas o líder da distrital de Lisboa do PSD remete-se ao silêncio.“Não faço qualquer comentário até ao dia 17 de outubro, em linha com o que a Comissão Política Nacional do PSD solicitou a todos os dirigentes distritais”.

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O ex-autarca também não quis revelar mais detalhes da conversa que diz ter existido, sublinhando que quer “apenas esclarecer a verdade”. “Se fui convidado para integrar as listas do PSD, a resposta é: Fui, sim!”, lê-se no texto enviado às redações.

Isaltino Morais explica que a intenção do comunicado emitido surge depois de Carlos Carreiras ter “referido factos que não constituem verdade”. “Tendo já sido suficientemente prejudicado por mentiras que se perpetuam no tempo, julgo que este esclarecimento era um imperativo”, concluiu.

“Lamento profundamente ter de realizar este esclarecimento e expor aqueles dirigentes do partido, mas em 2005, para salvaguardar o Dr. António Preto, omiti o convite que este me realizou para concorrer a qualquer câmara do distrito de Lisboa, exceto Oeiras. Esta omissão permitiu a um personagem como o Dr. Marques Mendes praticar até hoje o seu moralismo de goela”, acrescenta o ex-autarca no comunicado.

Isaltino Morais foi eleito presidente da Câmara de Oeiras pela primeira vez em 1985 e esteve à frente da autarquia durante mais de duas décadas. Nas últimas eleições, em 2013, Isaltino estava preso por fraude fiscal e branqueamento de capitais, mas Paulo Vistas (seu antigo número dois em Oeiras) candidatou-se como independente pelo Movimento Isaltino Mais à Frente e apresentou-o como candidato à Assembleia Municipal.

Ao fim de um ano e dois meses de prisão, Isaltino saiu em liberdade condicional e prepara-se agora para voltar à política ativa. Entretanto rompeu com Paulo Vistas que, por sua vez, já anunciou que vai recandidatar-se à Câmara de Oeiras nas eleições do próximo ano.

Este artigo foi atualizado às 9 horas com declarações de Miguel Pinto Luz