A Orquestra Académica da Universidade de Coimbra (OAUC), composta maioritariamente por alunos e ex-alunos da instituição, tem a sua primeira atuação no domingo, com um repertório completamente português.

A orquestra, que junta 68 músicos, está em estágio desde 18 de setembro, em horário pós-laboral, preparando numa semana “intensa e desgastante” o concerto de domingo, no Teatro Académico de Gil Vicente, onde serão tocadas obras dos compositores portugueses Joly Braga Santos, Frederico de Freitas e Sérgio Azevedo.

O objetivo desta nova formação seria juntar nos diferentes naipes da orquestra alunos, ex-alunos, docentes e funcionários da instituição, mas até agora a maioria dos que compõem o conjunto são estudantes, notou Daniel Chichorro, da OAUC.

No entanto, a criação da orquestra já permitiu constatar que “há por aí muitos músicos desconhecidos e isso é uma vitória deste projeto”, sublinhou, referindo que a qualidade dos instrumentistas que apareceram, após a abertura das inscrições, superou as expectativas da organização.

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Para Daniel Chichorro, o concerto de domingo é o concretizar de um projeto da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC), que chegou a ser tido “por muitos como impensável ou utópico”.

A OAUC foi criada em junho, numa parceria entre a Universidade de Coimbra e a TAUC, contando com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Português do Desporto e Juventude.

Cerca de 70% dos músicos que compõem os diversos naipes da orquestra são atuais estudantes da Universidade, sendo que os restantes são do Politécnico de Coimbra, do Conservatório e alguns são ex-alunos, disse à agência Lusa o presidente da TAUC, Ricardo Peres.

Luís Granjo, ex-aluno da Universidade e atualmente trompetista na Orquestra Sinfónica da Casa da Música, decidiu aceitar o convite da recém-criada formação e vai atuar como solista na interpretação da obra de Sérgio Azevedo.

Para Luís Granjo, o projeto assume particular relevância num país onde faltam “oportunidades” para os músicos fazerem “música em conjunto”, sendo que, por vezes, acabam por parar de praticar por falta de espaços próprios.

“É muito importante este projeto e esta ligação de pessoas de vários âmbitos, de vários cursos e profissões, e que se juntam à volta da música”, realçou.

Antonieta Dias, de 68 anos, médica no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), é a instrumentista mais velha da formação, tendo ingressado na orquestra depois de ter participado na TAUC quando era estudante.

“Não é a idade que importa. É o espírito e o ambiente que se vive aqui que conta”, afirmou.

O concerto, que se realiza às 18h de domingo, terá a duração de cerca de hora e meia e será tocado sob a regência do maestro André Granjo, contando com a direção do maestro Leandro Alves numa das peças.

O bilhete tem um custo de cinco euros.