Os bombardeamentos na cidade síria de Aleppo destruíram uma das estações de distribuição de água, deixando dois milhões de civis sem acesso a água tratada, e mataram mais de cem civis, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, citado pela Reuters. Há ainda dezenas de vítimas dos bombardeamentos debaixo dos escombros de edifícios bombardeados, sem possibilidade de serem socorridas.

Entre a noite de sexta-feira e o meio-dia de sábado, a cidade dividida de Aleppo sofreu os bombardeamentos mais intensos desde o início da guerra por parte dos aviões russos e de Bashar al-Assad. As forças militares tentam atingir as zonas ocupadas pelos rebeldes mas, ao mesmo tempo, e dada a intensidade com que as bombas caem no terreno, a ofensiva impede que a ajuda humanitária possa chegar aos civis, rodeados há cerca de dois meses pelos rebeldes.

O bombardeamento intenso impede que as bombas de água que forneciam toda a cidade e que foram destruídas sejam agora recuperadas. O Guardian escreve que, em retaliação pelos bombardeamentos, as forças rebeldes terão desligado a segunda bomba de água que fornecia a cidade.

Neste momento, a Unicef teme uma catástrofe sanitária – a falta de água pode levar os mais de dois milhões de civis sírios (entre os 250 mil cercados pelos opositores do regime e o milhão e meio de pessoas a viver na zona ocupada) a recorrer aos poços de água não tratada espalhados pela cidade, contaminados pelos esgotos.

Os relatos das organizações humanitárias dão conta de uma das maiores ofensivas contra a cidade. Ruas destruídas e sem luz, edifícios inteiros arrasados, ambulâncias sem combustível e serviços de saúde que não recebem material há semanas estão a deixar a população de Aleppo numa situação limite.

As forças de Assad tentam recuperar o controlo total da cidade síria e, segundo o espanhol El Mundo, conseguiram tomar já este sábado o controlo do campo de refugiados palestinianos de Handarat, a nordeste da região.

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