A marca francesa afirma que estamos ainda perante um concept car, mas após largos meses de testes com a carroçaria camuflada, parte deles realizados em Portugal, tudo indica que a Citroën tem praticamente pronto o C3 WRC (World Rally Car) que vai defender as suas cores em 2017. Pelo menos, sob o ponto de vista estético.

O novo carro de ralis, o primeiro a surgir de acordo com o novo regulamento que se vai estrear no próximo ano, troca a anterior carroçaria de três portas do DS3, pela versão mais familiar de cinco portas do C3, que brevemente estará à venda no nosso país. Mas há muitas mais diferenças para além do número de portas, uma vez que, de acordo com as novas regras, os pára-choques não têm de ser os originais e podem ser substituídos por outros mais volumosos e incluir um lábio inferior mais proeminente, para fornecer mais apoio aerodinâmico (e tracção) à frente.

A traseira não foi esquecida, antes pelo contrário, pois é aí que é visível a maior alteração. Não só a asa é maior, como está deslocada mais para trás, o que faz disparar a carga sobre as rodas posteriores, mais uma vez para melhorar a tracção – o que faz sentido pois os carros de WRC são cada vez mais veículos de tracção atrás, em que as rodas da frente também puxam.

Com um aspecto muito atraente e com óbvias semelhanças com o C3 de série, mas em versão mais musculada, o C3 WRC é 5,5 cm mais largo, atingindo 1,9 metros de largura, o máximo segundo o regulamento. Ainda segundo as novas directrizes, o conjunto pode levar a cabo uma pequena dieta, estando agora 25 kg mais leve. E se pensa que não é importante, é bom recordar que, em algumas classificativas mais longas, os pilotos optam por transportar a bordo apenas uma roda sobressalente, em vez das duas que seriam aconselháveis para os proteger de eventuais furos, porque isso lhes permite ganhar uns décimos de segundo por quilómetro. E uma roda pesa bem menos do que 25 kg.

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Mas se o C3 WRC está mais agressivo e leve, a verdade é que está igualmente mais potente. Mantém o motor 1.6 Turbo, mas o restritor através do qual o motor “respira” passa a ter um orifício de 36 mm, em vez dos até aqui 33 mm. Isto eleva a potência dos actuais 330 para uns bem mais expressivos 380 cv, sendo que é bem provável que o valor real aflore, ou mesmo ultrapasse, os 400 cv, pois também o cálculo inicial da potência para o limitador de entrada de ar de 33 mm apontava para um máximo de 300 cv, e todas as marcas ultrapassaram esta fasquia em cerca de 10%.

A última novidade, mas certamente a não menos importante, é a inclusão no carro do WRC de um diferencial central electrónico, aquele a quem cabe distribuir a potência entre as rodas da frente e as posteriores. Ao ser programável, em vez de meramente mecânico, o diferencial central vai tornar os carros mais eficazes e também mais espectaculares. O que o público agradece. E os pilotos também.

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