Uma nova secção, um novo prémio e um programa com 259 filmes fazem do 14º Festival Internacional de Cinema DocLisboa, em outubro, uma edição “muito aventurosa, aberta”, um “ponto de encontro” em torno do documentário.

O DocLisboa, hoje apresentado pelos diretores Cíntia Gil e Davide Oberto, decorrerá de 20 a 30 de outubro em várias salas de cinema e contará com 46 filmes portugueses, 13 em competição.

Na programação, a par das secções competitivas, dos programas “Riscos”, “Verdes Anos” ou “Heart Beat”, este ano o DocLisboa inaugura a secção “Da Terra à Lua”, descrita por Cíntia Gil como uma espécie de “cápsula ou bola de cristal” que dará um panorama sobre o mundo.

Nela caberão filmes como “Austerlitz”, de Sergei Loznitsa, “Between Fences”, de Avi Mograbi – que estará em Lisboa – e “Lo and Behold, Reveries of the connected world”, de Werner Herzog.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nesta secção estarão também dois filmes portugueses em primeira exibição mundial: a curta-metragem “Paris 15/16”, de Teresa Villaverde, e a longa “Pedra e cal”, de Catarina Alves Costa.

Em parceria com a Fundação José Saramago e com a livraria Lello é criado um prémio para o melhor filme maioritariamente falado em língua portuguesa, um galardão transversal a todas as competições.

Durante o DocLisboa será ainda apresentado um novo projeto da associação Apordoc, intitulado “SCI-DOC”, vocacionado para projetos e filmes de divulgação científica.

Para a competição internacional foram selecionados 18 filmes, entre os quais “Correspondências”, de Rita Azevedo Gomes, a partir das cartas escritas entre Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen, e que esteve em competição em Locarno.

Na competição portuguesa estão 12 filmes, como “Ama-San”, de Cláudia Varejão, já premiado na República Checa, “A cidade onde envelheço”, produção luso-brasileira de Marília Rocha, “Cruzeiro Seixas – As Cartas do rei Artur”, de Cláudia Rita Oliveira, e “O espectador espantado”, de Edgar Pêra.

A secção “Cinema de Urgência”, que acolhe filmes que escapam ao regular ciclo de produção de cinema, que dá voz a filmes não profissionais ou por iniciativa de cidadãos anónimos, contará com uma projeção intitulada “#Fora Temer”, a propósito da nomeação de Michel Temer para o lugar da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

A direção do DocLisboa tinha já anunciado anteriormente outros momentos da programação deste ano, nomeadamente o ciclo “Por um Cinema Impossível: documentário e vanguarda em Cuba”, sobre o impacto da produção documental pós-revolução cubana, e a retrospetiva dedicada ao realizador inglês Peter Watkins, 80 anos, pioneiro do “docudrama” e que estará em Lisboa.

A abertura do festival dá-se com “Oleg y las raras artes”, do venezuelano Andrés Duque, e o encerramento com “Nos interstícios da realidade”, de João Monteiro, sobre o realizador português António de Macedo.

A secção “Heart Beat” abrirá com o filme “Sons do Gueto”, da dupla Tim&Barry, sobre o movimento criativo em torno da editora portuguesa Príncipe Records e contará ainda com filmes como “Junun”, de Paul Thomas Anderson, “Man With a Hundred Faces or The Phantom of Herouville”, de Gaëtan Chataigner, com David Bowie, e “O Dia em Que a Música Morreu”, de Bruno Ferreira, a partir de uma ideia original dos Linda Martini.

O DocLisboa acontecerá na Culturgest e no Cinema São Jorge, mas terá também programação na Cinemateca, nos museus Calouste Gulbenkian e Oriente e festas diárias no Palácio do Príncipe Real.