O dirigente comunista Vasco Cardoso considerou esta segunda-feira que o projeto de diploma para regular a atividade das plataformas de transportes de passageiros é “uma inaceitável cedência às intenções das multinacionais” e uma “ameaça à sobrevivência” do setor do táxi.

Em declarações à agência Lusa, Vasco Cardoso, da comissão política do PCP — que esta semana vai apresentar um documento no parlamento sobre o reforço das medidas dissuasoras da atividade ilegal no transporte em táxi –, sublinhou que esta decisão do Governo “vem prejudicar” o setor do táxi e “favorecer” as multinacionais, sobretudo estrangeiras.

“Não acompanhamos esta decisão do governo. Vamos contestá-la e apelamos à mobilização do setor do táxi para que, com a sua intervenção, lute e não permita que esta decisão vá adiante”, disse à Lusa Vasco Cardoso.

No entender de Vasco Cardoso, com esta atuação, o governo está a “abrir a porta à liquidação” de um setor estratégico em Portugal que envolve largos milhares de pequenas e médias empresas, “entregando o transporte individual de passageiros às multinacionais com todos os riscos associados”.

“Entendemos esta decisão do governo como uma cedência às imposições e interesses das multinacionais, que confronta claramente o país e coloca em risco milhares de empregos num setor que, tendo muito para melhorar, é predominantemente de base nacional”, argumentou.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes revelou a vários jornais que o Governo tem pronto o decreto-lei que regula a atividade das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, como a Uber ou a Cabify, e que o diploma segue esta semana para os parceiros do setor, para um período de consulta pública.

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