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  • E ficamos por aqui. O primeiro debate já está, agora faltam quatro. O próximo será entre os candidatos a vice-Presidente, Tim Kaine (democrata) e Mike Pence (republicano), que têm encontro marcado para a noite de 4 de outubro, às 02h00. Depois, seguem-se dois novos debates entre Trump e Clinton: nas noites de 9 de outubro e 19 de outubro, ambos às 02h00 de Lisboa.

    Até lá, o Observador irá acompanhar com atenção todos os acontecimentos do outro lado do Atlântico, à medida que os EUA se aproximam das eleições presidenciais, marcadas para 8 de novembro.

    Obrigado pela companhia e até à próxima!

  • Donald Trump começou o debate com mais força do que a sua adversária, muito graças ao facto de o primeiro tema ter sido a economia e o mercado de trabalho, que tem sido o principal pilar da campanha do republicano. A partir daí, Hillary Clinton foi ganhando força num debate em que ficou claro que a candidata democrata se preparou mais do que o seu adversário. Donald Trump falou muitas vezes de improviso, interrompendo as suas próprias ideias, ao passo que Hillary Clinton foi capaz de alternar entre o improviso e algumas ideias que terá preparado nos últimos dias.

    A verdade é que Donald Trump foi, apesar de tudo, relativamente contido. Este não é — nem poderia ser — o Donald Trump dos debates das primárs republicanas. Mas é difícil acreditar que o magnata nova-iorquino conseguiu atrair mais eleitores esta noite para além daqueles que já tinha do seu lado. Por outro lado, Hillary Clinton poderá ter conseguido atrair mais gente à sua base — não necessariamente pela sua prestação e pelas coisas que disse, em tudo semelhante àquilo que já lhe conhecíamos, mas por oposição a Trump.

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    E já está. Hillary Clinton e Donald Trump terminaram o primeiro debate, depois de 90 minutos em que procuraram marcar as suas diferenças.

  • Trump: “Eu quero tornar a América grande de novo. Nós somos uma nação que está com problemas sérios. Estamos a perder os nossos empregos, as pessoas estão a entrar por todo o lado no nosso país. Noutro dia, íamos deportar 800 pessoas. Talvez tenham carregado no botão errado, ou talvez, pior ainda, foi corrupção, mas estas pessoas que íamos deportar por razões certas acabaram por ganhar cidadania. Eram 800 pessoas e se calhar agora são 1800 pessoas, eles nem sabem. Eu quero tornar a América grande de novo, eu serei capaz de fazê-lo, não acho que a Hillary seja capaz. A resposta é: ‘Se ela ganhar, vou apoiá-la absolutamente’.”

  • Hillary Clinton: “Eu apoio a nossa democracia. Às vezes ganha-se, às vezes perde-se. Certamente que vou apoiar o desfecho destas eleições e eu sei que o Donald está a esforçar-se muito para colocar dúvidas sobre as eleições. Mas eu espero que as pessoas lá fora percebam que estas eleições dependem de vocês. Não somos nós que estamos em causa, são vocês e as vossas famílias e o tipo de país e futuro que querem. Por isso eu espero que saiam de casa e votem como se o vosso futuro dependesse disso, porque eu acho que depende”.

  • E, agora, a última questão de Lester Holt, que pergunta aos candidatos se estão dispostos a aceitar os resultados das eleições de novembro, sejam eles quais forem. Primeiro responde Hillary Clinton, depois Donald Trump. Vão ser as últimas intervenções da noite.

  • Agora é a resposta de Trump: “Eu ia dizer algo extremamente duro à Hillary, à sua família e eu disse a mim mesmo ‘não posso fazê-lo, não posso fazê-lo, é inapropriado, não é bonito’. Mas ela gastou centenas de milhões de dólares em anúncios contra mim, a maioria são falsos, são falsos. Eu digo isto: não é bonito e eu não mereço isso. Certamente que não é bonito. São centenas de milhares de anúncios. E a única coisa gratificante disto é que eu vi as sondagens saíram hoje e mesmo com milhões de dólares gastos, eu estou ganhar ou estamos empatados. E eu praticamente não gastei nada.”

    Na verdade, antes do debate, a média das sondagens davam uma vantagem ténue a Hillary Clinton.

  • A reta final do debate está bem quente. Agora Hillary faz um novo ataque a Trump:

    “Ele tentou mudar da aparência para a energia, mas este é um homem que chamou mulheres de porcas, preguiças e cadelas. É alguém que disse que a gravidez é uma inconveniência para os empregadores, que disse que as mulheres não merecem um salário igual a ‘não ser que façam um trabalho tão bom como os homens’, e uma das piores coisas que ele disse foi sobre uma mulher num concurso de beleza, ele adora concursos de beleza. Ele chamou a esta mulher ‘Miss Piggy’, depois chamou-lhe ‘Miss Senhora das Limpezas’, porque ela é latina. Donald, ela tem um nome. O nome dela é Alicia Machado e ela passou a ser uma cidadã americana e acredite que ela vai votar em novembro”.

  • Trump responde, e também recebe aplausos: “A Hillary tem experiência, mas é má experiência. Nós fizemos tantos acordos maus durante os últimos anos… Ela tem experiência, concordo, mas é má! Seja o acordo com o Irão, pelo qual está tão apaixonado, em que lhe devolvemos 150 mil milhões de dólares, seja o acordo com o Irão, quer seja… Nem dá para falar de um bom acordo. Ela tem muita experiência, eu concordo, mas é má. E este país não se pode dar ao luxo de ter isso durante mais quatro anos.”

  • Eis a resposta de Hillary Clinton, que arrancou um aplauso à plateia:

    “Quando ele viajar até 112 países e negociar um acordo de paz, um cessar-fogo, uma libertação de dissidentes, a abertura de novas oportunidades para nações em todo o mundo, ou até passar 11 horas a responder perante um comité do Congresso, ele pode vir falar comigo de energia.”

  • Agora, Donald Trump acusa Hillary Clinton de não ter energia para o liderar os EUA e para lidar com todas as tarefas que isso implica. Não se falou da recente recaída da democrata, afetada por uma pneumonia, mas era esse o pano de fundo.

    Trump: “Ela não tem a energia necessária. Para ser Presidente deste país, é preciso ter energia. É preciso ser capaz de negociar os nossos acordos comerciais, é preciso saber negociar — isso mesmo — com o Japão e com a Arábia Saudita. Dá para imaginar que estamos a defender a Arábia Saudita? Com o dinheiro que eles têm, bastaria falar com eles. Há tantas coisas diferentes que é preciso fazer e eu não acredito que a Hillary tem energia.”

  • Hillary Clinton: “É importante olhar para a situação global como um todo. Não há dúvidas de que nós temos outros problemas com o Irão, mas pessoalmente prefiro lidar com os outros problemas depois de pôr um fim naquele programa nuclear do que ainda ter de lidar com aquilo. E o Donald nunca diz o que é que ele faria. Teria começado uma guerra? Bombardearia o Irão? Se ele critica um acordo que tem tido sucesso em dar-nos acesso a instalações às quais nunca acedemos, então devemos saber qual é o seu plano. Mas é como o plano dele para derrotar o Estado Islâmico. Ele diz que é um plano secreto, mas o único segredo é que ele não tem nenhum plano.”

  • Hillary Clinton deixa garantia para os outros países e os seus líderes: “Eu sei que esta campanha causou algumas dúvidas e algumas preocupações por parte de vários líderes em todo o mundo — eu falei com alguns deles —, mas eu quero, da minha parte, e da parte de uma maioria dos americanos, dizer que a nossa palavra é de valor. E é importante olhar para a situação global como um todo.”

  • Donald Trump: “O maior problema que o mundo tem é o armamento nuclear. Não é o aquecimento global, como você e o seu Presidente pensam. Só de olhar para lista, nós defendemos o Japão, a Coreia do Sul, a Arábia Saudita, defendemos países. Eles não no apagam, mas deviam estar a pagar-nos porque nós estamos a prestar um serviço tremendo e estamos a perder uma fortuna. Por isso é que estamos a perder. Estamos a perder em tudo.”

  • Hillary Clinton: “A sua atitude sobranceira em relação às armas nucleares é profundamente preocupante. Esta é a maior ameaça que o mundo enfrenta e será particularmente preocupante se os terroristas alguma vez puserem as mãos em material nuclear. Por isso, um homem que pode ser provocado por um tweet, nunca devia ter os seus dedos perto de qualquer código nuclear.”

  • Hillary Clinton sobre o acordo nuclear com o Irão: “Eu votei a favor de todas as sanções contra o Irão quando estava no Senado, mas isso não chegava. Então fiz uma coligação, que incluía a Rússia e a China, que impôs sanções duras contra o Irão, que a obrigou a ir para a mesa de negociações. E o meu sucessor, John Kerry, e o Presidente Obama, conseguiram um acordo que pôs um fim ao programa nuclear do Irão sem disparar uma única bala. Isso é a diplomacia, isso é construir coligações, isso é trabalhar com outras nações.”

  • Donald Trump recusa ter apoiado a guerra no Iraque, depois de Hillary Clinton e o moderador terem-no acusado disso.

    Antes da guerra, Trump disse “yeah, I guess so” quando o apresentador de rádio Howard Stern lhe perguntou se apoiava uma invasão norte-americana do Iraque, em 2003. Mais tarde, noutras entrevistas, disse que era contra.

  • Donald Trump: “Nós temos trabalhado com eles durante muitos anos e temos a confusão que temos. Olhe-se para o Médio Oriente, é uma confusão, sob as suas ordens, de certa forma. Foi você que começou o acordo nuclear como Irão, que é uma beleza aunado se tem um país que estava prestes a cair, que estava a sufocar com as sanções e que agora provavelmente será um grande poder nuclear em breve, pela maneira como eles estão a caminhar…”

  • Hillary Clinton: “Temos de trabalhar de forma mais próxima com os nossos aliados e isso é algo que o Donald tem descartado. Nós temos trabalhado com a NATO, a aliança militar mais antiga da História mundial, para virar a nossa atenção para o terrorismo. Nós estamos a trabalhar como os nossos parceiros no Médio Oriente, que, como sabem, são nações muçulmanas. O Donald tem insistentemente insultado muçulmanos no nosso país e fora. Nós temos de cooperar com nações muçulmanas e com a comunidade muçulmana nos EUA. Eles estão na linha da frente, eles podem dar-nos informação que não conseguiremos em qualquer outro lado. Eles precisam de ter uma relação próxima e cooperante nestas comunidades, não precisam de ser alienados e empurrados como a retórica do Donald tem conseguido.”

  • Trump, sobre o Estado Islâmico (EI), aponta para responsabilidades de Clinton e de Obama, que acusa de terem permitido a formação daquele grupo. Cronologicamente, é um erro: o EI já existia antes de Clinton ser Secretária de Estado e Obama Presidente. Mas é um facto que foi depois de eles terem subido ao poder (em 2008) que o EI foi gradualmente ganhando a força que atualmente tem.

    “O Presidente Obama e a secretária Clinton criaram um vácuo da maneira como saíram do Iraque, porque saíram da maneira errada. Eles não deviam ter entrado, mas quando já lá estavam, a maneira como saíram foi um desastre, e assim formou-se o EI. Quando ela fala de derrotar o EI, é algo que ela diz há muito tempo. Mas eles nem existiriam se tivessem ficado algumas tropas para trás, como 10 mil. E como já tenho dito há algum tempo, se tivéssemos ficado com o petróleo, o EI não teria conseguido formar-se porque o o petróleo é a principal fonte de rendimento deles.”

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