Uma agência de crédito do Canadá vai financiar em mais de 340 milhões de euros a compra, pelo Governo angolano, de 100 locomotivas à norte-americana GE, conforme autorização governamental a que a Lusa teve acesso esta quarta-feira.

Em causa está um negócio global que ascende a 382 milhões de euros, autorizado por despacho do Presidente angolano desde junho de 2015, mas que a crise financeira e económica que afeta o país tem vindo a adiar a concretização.

Um despacho presidencial de 15 de setembro último, autorizou entretanto o contrato de financiamento do Governo angolano com a Export Development Canada para este projeto, no valor global de 386 milhões de dólares (343,2 milhões de euros).

A decisão é justificada no documento com o objetivo de “diversificação de recursos financeiros” e garantir a concretização do projeto, lê-se no documento.

Trata-se de um negócio para a compra de 100 locomotivas do modelo GE C30-ACi, por 429.505.114,50 dólares (382 milhões de euros) a fornecer pela empresa AEnergia SA, mas cujos despachos anteriores, agora revogados, previam o financiamento por uma linha de crédito do Eximbank, instituição bancária dos Estados Unidos da América que financia as exportações do país.

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A Export Development Canada é uma agência de crédito e financiamento às exportações do Canadá, apoiando empresas nacionais no processo de internacionalização e captação de investimentos, operando em colaboração com o governo canadiano.

Num outro despacho, a mesma agência canadiana é contratada para financiar, dentro do mesmo montante negociado, a modernização e atualização tecnológica das locomotivas GE-U20C, já ao serviço em Angola, que representa um negócio de 24,1 milhões de dólares (21,4 milhões de euros).

Nos últimos dez anos, a reabilitação da rede ferroviária angolana, destruída por quase 30 anos de guerra civil, envolveu a aquisição de 42 locomotivas, 248 carruagens de várias tipologias e 263 vagões.

A reabilitação das três linhas nacionais edificadas durante o período colonial – Caminho de Ferro de Luanda, Caminho de Ferro de Benguela e Caminho de Ferro de Moçâmedes -, envolveu 2.612 quilómetros de rede e a construção de raiz de 151 estações ferroviárias.

Foram investidos neste período, nestas obras, cerca de 3,5 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros), executadas por empresas chinesas.