A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que se encontra em Moçambique a avaliar a evolução da situação macroeconómica do país, considerou proveitoso o encontro que manteve esta quarta-feira em Maputo com o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário.

“Tivemos discussões muito proveitosas sobre as questões económicas do país”, disse o chefe da missão do FMI, Michel Lazare, em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com o primeiro-ministro moçambicano, no quadro de uma visita que a equipa realiza ao país desde o dia 22.

Remetendo para sexta-feira a divulgação de um relatório sobre os resultados da visita, Lazare assinalou que o caráter construtivo do encontro desta quarta-feira está em linha com o balanço positivo da reunião que a diretora do FMI, Christine Lagarde, manteve na semana passada em Washington com o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, no âmbito da normalização da cooperação entre a instituição e o executivo de Maputo.

As relações entre o FMI e o Governo moçambicano ficaram danificadas na sequência da descoberta em abril de dívidas de mais de mil milhões de euros contraídos pelo anterior executivo, entre 2013 e 2014, à revelia da Assembleia da República de Moçambique e da comunidade doadora.

A revelação de empréstimos que as autoridades moçambicanas ocultaram levou o FMI e os doadores internacionais a suspenderem o apoio financeiro ao país, condicionando agora o reatamento da ajuda à realização de uma auditoria forense internacional.

Além da escala da dívida, provocada pelos referidos encargos não revelados, a economia moçambicana regista a maior queda dos últimos anos, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) sido revisto em baixa para 4,5%, devido à quebra no preço das matérias-primas, contração do investimento direto estrangeiro, desvalorização da moeda nacional e subida da inflação.

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