A liderança do CaixaBank indicou a investidores que não será favorável a que o BPI avance com uma proposta pelo Novo Banco, avança a agência Bloomberg citando quatro fontes próximas do processo.

Os espanhóis do CaixaBank estarão prestes a assumir o controlo do BPI, após o desbloqueio dos estatutos que lhes permitirá prosseguir com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelo banco português. A saída do BPI da corrida, a confirmar-se, pode complicar a tarefa do Banco de Portugal, já que apenas quatro instituições se monstraram interessadas. A clarificação da estrutura acionista do BPI era vista como um fator capaz de desbloquear a investida do BPI no Novo Banco, mas o Caixabank terá outros planos, segundo a Bloomberg.

O Observador contactou fonte oficial do CaixaBank, para obter um comentário à notícia. “Face às notícias publicadas hoje, o CaixaBank reitera que não comenta o processo do Novo Banco e que está unicamente centrado na oferta sobre o BPI” — esta é a posição oficial do banco.

O processo de venda do Novo Banco está a entrar numa fase decisiva. A confirmar-se a saída do BPI da corrida, deverão limitar-se a três os grupos que deverão apresentar propostas vinculativas nas próximas semanas. O objetivo é fechar a venda até ao final do ano.

Portugal comprometeu-se com a Comissão Europeia a vender 100% da instituição e dos ativos até final de julho de 2017. Mas na prática e considerando o longo processo de autorizações de reguladores, a escolha do comprador deverá ficar fechada, o mais tardar, até ao final do ano. Esse é o calendário desejado pelo vendedor, segundo informação recolhida pelo Observador. Mas para tal, é necessário que apareçam ofertas vinculativas e que sejam comparáveis entre si, o que não existe até agora.

Ainda que essas ofertas ainda não se tenham materializado, o Observador sabe que a expectativa de valorização do Novo Banco é hoje substancialmente inferior à que foi no passado. Se há um ano se receava que as propostas fossem insuficientes para compensar o capital inicial injetado no Novo Banco em 2014, de 4.900 milhões de euros, ou mesmo os 3.900 milhões de euros emprestados pelo Estado ao Fundo de Resolução, os números que estarão hoje em cima da mesa estarão ainda mais aquém.

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