Despiram o hábito, despiram-se de preconceitos, e decidiram casar. Federica e Isabel, freiras franciscanas, conheceram-se há três anos quando faziam trabalho de caridade num centro de reabilitação para toxicodependentes. Ficaram logo amigas e da amizade passaram à paixão.

O amor por outra mulher tornou-se incompatível com o amor jurado única e exclusivamente a Deus e as duas mulheres optaram por viver o primeiro. Por isso, renunciaram à vida dedicada aos serviços religiosos e decidiram casar.

Este é a segunda união civil a acontecer em Pinerolo, uma pequena localidade em Turim (Itália), desde que foi aprovada a união civil entre casais homossexuais em maio. Itália era o último país da Europa Ocidental que não permitia a união de homossexuais, devido à influência da Igreja Católica. A união civil consagra menos direitos e deveres que o casamento: obriga à assistência moral e material recíproca e inscreve a possibilidade de adotar o nome do cônjuge, mas impede a adoção dos filhos naturais do cônjuge e não implica a obrigação de fidelidade entre os cônjuges.

Esta união foi celebrada pelo presidente de Pinerolo e a data teve de ser antecipada, visto que vários meios de comunicação social descobriram a história e acorreram à localidade para registar o casamento das ex-freiras. As duas mulheres garantem que continuam a ser fiéis à religião e que não sentem que a sua união vá contra a fé em que acreditam: “Deus quer que as pessoas sejam felizes, quer que as pessoas vivam o amor à luz do dia e do sol, não na sombra”, disse Isabel ao italiano La Stampa. Federica, de 44 anos, acrescentou: “Não vamos deixar a Igreja nem vamos largar a fé. Não faz sentido”.

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