Os preços do petróleo estão a aliviar um pouco dos fortes ganhos da noite de quarta-feira, noite em que a OPEP anunciou um acordo para uma redução das quotas de produção de crude. O Goldman Sachs acredita que este acordo pode acrescentar mais 10 dólares por barril ao preço (atualmente abaixo de 50 dólares) mas, tal como outros especialistas, tem algumas dúvidas sobre se o acordo será aplicado e se a Arábia Saudita conseguirá, mesmo, fazer subir os preços de forma significativa.

A cotação do petróleo em Londres está a baixar 1,1% para 48,16 dólares por barril, segundo a Bloomberg. Na véspera, os contratos futuros de crude acabaram o dia a subir 5,9%, a maior subida em apenas um dia desde abril.

Preços continuam abaixo de 50 dólares apesar de acordo

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A cotação do petróleo em Londres subiu quase 6% na quarta-feira mas está a aliviar um pouco esta quinta-feira.

O corte da produção pelos países da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) limita a quantidade de barris de petróleo que podem ser extraídos por dia para 32,5 milhões a 33 milhões de barris. Numa nota de reação citada pela Bloomberg, os analistas do Goldman Sachs dizem que o acordo “irá, provavelmente, dar algum suporte aos preços, pelo menos no curto prazo”.

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Os especialistas do Goldman têm, contudo, dúvidas sobre a exequibilidade do acordo, mas notam que “se o acordo for implementado rigorosamente na primeira metade de 2017, e com tudo o resto constante, as quotas de produção anunciadas [esta quarta-feira] devem valer entre 7 e 10 dólares por barril”.

Em nota obtida pelo Observador, o banco holandês Rabobank também manifesta algum ceticismo em relação ao acordo na OPEP. “Ainda que o corte proposto seja notável, porque representa a primeira redução em oito anos, a sua magnitude é um pouco limitada”, escreve o Rabobank, recordando que as últimas estimativas apontavam para que estivessem a ser extraídos 33,24 milhões de barris por dia.

“Mais importante do que tudo, a questão é que ainda não são conhecidos [ou não foram acordados] os detalhes, nomeadamente a distribuição por país das novas quotas”, escreve o banco holandês, acrescentando que “o risco de não cumprimento [do acordo] por parte de alguns membros limita, até certo ponto, o impacto potencial desta notícia nos preços a nível global”.