Em quatro meses registaram-se quatro fugas de estrangeiros que escaparam ilesos ao controlo das autoridades do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, avança esta sexta-feira o Diário de Notícias. Em causa estão dois cidadãos marroquinos e dois argelinos que fugiram a partir da zona internacional do aeroporto quando faziam escala — as fugas aconteceram nos últimos três meses; uma em junho e outra em julho, ambas protagonizadas por marroquinos vindos de Casablanca e com destino ao Brasil, e setembro, com dois argelinos a escaparem a 22 e a 27 do mesmo mês. As nacionalidades em causa são consideradas de risco e os homens em causa estão em parte incerta.

Apesar destas falhas de segurança no aeroporto, parece não haver quem assuma responsabilidade. Questionadas pelo jornal, nenhuma das entidades responsáveis pela segurança no aeroporto de Lisboa — PSP (encarregue da manutenção da ordem pública), SEF (responsável pelo controlo dos documentos dos passageiros), ANA-Aeroportos (que tem em mãos o Plano de Segurança) e a Autoridade Nacional de Aviação Civil (a quem compete supervisionar e auditar o Plano de Segurança) — assumiu responsabilidade pelas quebras de segurança registadas desde junho. A GNR apenas controla as mercadorias.

De referir que no final de julho quatro homens foram detidos pela PSP no aeroporto de Lisboa depois de terem tentado fugir ao controlo de passaportes e terem invadido a pista do aeroporto — foram condenados a quatro anos de prisão com pena suspensa, por atentado à segurança do transporte aéreo. Em consequência disso e numa lógica de prevenção, o ministério da Administração Interna (MAI) acionou um Grupo de Trabalho do qual fazem parte membros da PSP, SEF, PJ e SIS.

Ainda esta quinta-feira foi notícia que o sindicato que representa os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) defende a criação de uma zona “mais restrita” na área internacional dos aeroportos portugueses — uma medida unicamente aplicada a passageiros considerados de riscos. O presidente do sindicato, Acácio Pereira, referiu ainda a necessidade de ser exigido “um visto de escala” em determinados casos.

Citado pelo DN, o SEF confirma que as fugas que aconteceram desde junho estão “devidamente identificadas” e que o “incidente” de terça-feira está a ser “devidamente investigado”.

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