As associações feministas espanholas estão contra as saias nos uniformes escolares, que consideram “uma história de discriminação que não cessa”. Mais de 20 associações assinaram um documento em que defendem o fim da obrigatoriedade da saia nos uniformes, explicando que a utilização de saias pelas raparigas e de calças pelos rapazes se baseia “nos papéis que tradicionalmente foram atribuídos a um e a outro sexo”, e que “coloca as mulheres e meninas em posição desigual relativamente aos homens e meninos”.

“Não podemos permanecer impassíveis perante esta realidade discriminatória”, explicam as feministas, segundo o El Español. Para os grupos subscritores do documento, a imposição da saia para as jovens representa uma violação do direito à igualdade, consagrado na Constituição.

Em Espanha, grande parte dos colégios que ainda utilizam uniformes são privados, ou de administração partilhada. Uma grande parte já dá a hipótese aos pais das estudantes de escolherem entre calças e saia. Há apenas uma pequena percentagem de colégios onde a saia ainda é obrigatória.

No manifesto, as associações lembram uma decisão do Tribunal Supremo, de 2011, que considerou que obrigar as enfermeiras e auxiliares de enfermaria a utilizar saia era “contrária ao princípio de não discriminação por motivo de sexo”. Nessa altura, a justiça obrigou a que “as referidas trabalhadoras pudessem desempenhar a atividade com a mesma roupa de trabalho dos homens”.

Para as associações, “a única forma válida e respeitosa” para implementar um uniforme justo é “oferecer uma única indumentária que não diferencie por sexo, e que lhes permita desenvolver-se e relacionar-se como pessoas iguais”.

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