O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, considerou a distinção com o Nobel da Paz como “um grande estímulo” para alcançar a paz no país, que afirmou estar “muito próxima”. “Temos que continuar até chegar ao final. Estamos muito próximos, apenas precisamos de mais um empurrão. Este é um grande estímulo para chegar ao fim, para a construção da paz na Colômbia. Todos vão receber este prémio com grande emoção”, disse Santos à fundação Nobel, numa entrevista telefónica publicada no ‘site’.

Juan Manuel Santos afirmou que o prémio vai ser também um estímulo para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) de todo o mundo a sublinhar a necessidade de alcançar um novo acordo em breve. Na entrevista, o presidente da Colômbia disse estar também para breve a paz com outro grupo, numa referência ao Exército de Libertação Nacional (ELN).

“Os dois grupos com quem negociamos vão receber [este prémio] como um estímulo de todo o mundo para a necessidade de chegar a acordo em breve. Chegámos a acordo com o primeiro grupo, com o segundo grupo estamos muito próximos. Temos que continuar até ao fim”, afirmou.

“Trata-se simplesmente de acreditar numa causa, de viver numa sociedade em paz. Este é o momento, as condições estão reunidas”, declarou. O presidente colombiano recebeu a notícia da atribuição do prémio com “grande emoção”, sublinhando tratar-se de um “grande reconhecimento” para o país.

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“O povo colombiano e especialmente as vítimas são importantes para nós. Recebo este prémio em nome do povo colombiano, que tanto sofreu com esta guerra, 52 anos de guerra, com milhares de vítimas. Estamos muito próximos do fim”, reiterou.

O prémio Nobel da Paz foi atribuído ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pelos seus esforços para pôr fim à guerra civil do país. Assinado a 26 de setembro, em Cartagena das Índias, entre o governo da Colômbia e as FARC, o acordo de paz foi rejeitado pela população no referendo realizado a 2 de outubro.

“Esperamos que este prémio encoraje todas as boas iniciativas e todos os atores que possam desempenhar um papel decisivo no processo de paz e trazer finalmente a paz à Colômbia após décadas de guerra”, declarou a presidente do comité Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five.

Ao longo de mais de 50 anos, o complexo conflito armado colombiano implicou as FARC, formadas em 1964 na sequência de uma revolta camponesa, e outras guerrilhas de extrema esquerda, milícias paramilitares de extrema direita e as forças armadas. A violência causou mais de 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.