Na reunião magna, que contará com a presença de “largas centenas de associados”, serão apresentadas “as dificuldades superadas ao longo do processo, os ‘timings’ subjacentes à mesma, os pormenores técnicos e financeiros da solução a apresentar até ao final do ano, entre outros aspetos da vida interna desta associação”, refere a associação, em comunicado.

Na segunda-feira, numa nota alusiva ao anteprojeto do “Memorando de Entendimento”, a que a agência Lusa teve acesso, as entidades que integram o grupo de trabalho que visa encontrar uma solução para os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), adquirido aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), afirmaram acreditar que vai ser possível apresentá-la até ao final do ano.

Perante esta possibilidade, “vem a associação expressar o seu contentamento pela forma séria, empenhada, responsável e irrepreensível como todas as entidades envolvidas, através do diálogo, lidaram com um problema grave que afeta milhares de pessoas. Congratulamos também o esforço que foi feito em uníssono para reverter a credibilidade do sistema financeiro”, refere o comunicado da associação.

“Desde alguns meses a esta parte que entendemos o compromisso entretanto assumido como algo irreversível, e cuja materialização efetiva será então apresentada até ao final do corrente ano, conforme compromisso público assumido na passada segunda-feira”, salienta.

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O Governo, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BES e a associação têm participado, desde abril, num processo de diálogo com vista a “explorar a possibilidade de encontrar eventuais soluções para minorar as perdas económicas e financeiras sofridas pelos investidores não qualificados” titulares de papel comercial emitido pela Espírito Santo International (ESI) e pela Rio Forte Investments (Rio Forte), subscrito junto do BES, do BEST — Banco Eletrónico de Serviço Total, e do Banco Espírito Santo dos Açores.

Cerca de 2.000 clientes de retalho reclamam os 432 milhões de euros que investiram em papel comercial das empresas Espírito Santo International e Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), vendidos aos balcões do BES meses antes da falência do grupo.

No início deste ano, o primeiro-ministro, António Costa, empenhou-se pessoalmente neste processo, por considerar que a resolução deste problema é fundamental para a estabilidade do sistema financeiro e colocou o advogado Diogo Lacerda Machado como negociador em nome do Governo.

A 03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES) – braço financeiro do GES – depois de o banco privado ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No ‘banco bom’, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.