A Câmara Municipal de Lisboa (CML) assinou esta quarta-feira três protocolos que vão permitir a cerca de uma centena de pessoas sem-abrigo viverem numa casa com acompanhamento individualizado, com o objetivo de se integrarem socialmente.

Dois dos protocolos vão permitir a ocupação de 80 lugares — 50 novos lugares e a manutenção de 30 já existentes –ao abrigo do programa Housing First (Casas Primeiro) e o terceiro, 18 lugares em quartos partilhados na Unidade Integrativa de São Paulo, nas Olaias.

São estratégias de intervenção junto de pessoas sem-abrigo que parte do princípio de que a casa ou o espaço de alojamento pessoal é o primeiro instrumento de integração das pessoas na sociedade”, explicou à Lusa o vereador dos Direitos Sociais da CML, João Afonso, realçando que “uma unidade integrativa é um espaço coletivo, enquanto na Housing First dá-se um apoio mais individualizado”.

No programa Housing First as pessoas que estão em situação de deixar a rua são integradas em habitações tendencialmente individuais e têm um acompanhamento por técnicos que os ensinam a gerir uma casa tendo em vista a sua integração social.

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Já o centro de São Paulo é um centro de alojamento mais pequeno, que:

Permite uma vida adaptada aos ritmos do dia-a-dia, com alojamento de casais e de pessoas com animais domésticos. Não é uma casa, mas um primeiro caminho para a autonomia na sua casa”, considerou João Afonso.

A Unidade Integrativa de São Paulo, que começou a funcionar no ano passado, tem 18 camas, uma sala de estar comum, uma cozinha coletiva e um espaço para trabalhar.

Estes programas não são só dar casa. Implicam um acompanhamento ou gestão dos casos. A casa é um instrumento para um processo de acompanhamento para a integração”, realçou.

O programa Housing First integra o Programa Municipal para as Pessoas Sem-Abrigo.