A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação considerou hoje que a gratuitidade de manuais escolares no 1.º Ciclo vai “aliviar muito” a carteira das famílias, mas lamentou a redução das deduções em sede de IRS.

A CNIPE fez parte do grupo de trabalho em que esta decisão foi trabalhada com o Ministério da Educação, indicou à agência Lusa o responsável pela organização, Rui Martins, frisando que há pormenores a acertar sobre o modelo a praticar no que diz respeito às bolsas de livros e se devem ficar ou não dentro da sala de aula.

O governo decidiu disponibilizar este ano os manuais escolares aos alunos do 1.º ano, para serem reutilizados no ano seguinte por outras crianças, e na proposta de Orçamento do Estado para 2017, estendeu a medida a todo o 1.º Ciclo (do 1.º ao 4.º ano de escolaridade).

“De alguma forma vem aliviar muito a carteira das famílias nestes primeiros anos do ensino, portanto vemos isto com bons olhos”, disse.

Questionado sobre outras medidas que gostaria de ver incluídas no orçamento e que tenham ficado excluídas, o dirigente associativo afirmou que há uma preocupação dos pais ao nível fiscal.

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“Há uma redução no abatimento em sede de IRS do montante, para metade. Em contrapartida, parece que pode entrar tudo”, afirmou.

“O ideal seria manter os mesmos limites e que todas as despesas ligadas à educação fossem dedutíveis. Isso é que faria sentido”, defendeu Rui Martins.

O orçamento para o ensino básico, secundário e administração escolar será reforçado com quase 180 milhões de euros face a 2016, segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2017, que atribui à educação 6.022,7 milhões de euros.

O Governo apresentou na sexta-feira a proposta de Orçamento do Estado de 2017, que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do PIB, uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.