A Academia Sueca revelou esta segunda-feira que desistiu de tentar contactar diretamente o músico norte-americano Bob Dylan, a quem atribuiu há quatro dias o Prémio Nobel da Literatura. “Liguei e enviei e-mails para os colaboradores mais próximos e recebi respostas muito simpáticas. Por agora, julgo que é o suficiente”, disse a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, em entrevista à rádio pública da Suécia.

Apesar dos contactos insistentes, Bob Dylan tem respondido apenas com silêncio. Na quinta-feira do anúncio, o músico deu um concerto em Las Vegas, nos Estados Unidos, e não fez qualquer comentário ou declaração oficial de reação ao prémio literário.

Perante esta atitude, que poderá antecipar uma ausência na cerimónia de entrega do Nobel, a 10 de dezembro, em Estocolmo, a secretária permanente da Academia responde: “Não estou preocupada. Penso que ele vai aparecer”. “Tenho um pressentimento de que Bob Dylan poderá ir. Posso estar enganada e, claro, seria uma pena que não viesse, mas, de qualquer maneira, o prémio é dele e não nos podemos responsabilizar pelo que acontece agora. Se não quiser vir, não virá. Será uma grande festa na mesma”, disse Sara Danius.

Bob Dylan, de 75 anos, foi distinguido com o Nobel da Literatura “por ter criado novas formas de expressão poéticas no quadro da grande tradição da música americana”.

Em mais de um século de atribuição do Nobel da Literatura, o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre recusou o galardão, em 1964, por questões de princípio de nunca aceitar prémios. Boris Pasternak também recusou o Nobel em 1958, pressionado pelo regime da União Soviética, mas os descendentes do escritor russo acabaram por aceitá-lo oficialmente, e a título póstumo, em 1988.

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