Reza a lenda que, antigamente, as mulheres de Ática tinham direitos iguais aos dos homens na hora de votar. Mas quando Cécrope I subiu ao trono grego, algo de estranho aconteceu: surgiu na região uma oliveira e uma fonte. Intrigado, o rei refugiou-se num oráculo de Delfos em busca de respostas e obteve-as: a oliveira simbolizava a deusa Minerva e a fonte simbolizava o deus Neptuno. Os homens e mulheres de Ática deviam escolher um deles para dar novo nome à cidade. E assim foi: as mulheres votaram em massa em Minerva e os homens em Neptuno. Minerva ganhou por apenas um voto. E Neptuno ficou tão furioso que levantou ondas gigantes sobre a cidade. Para acalmar o deus, as mulheres sacrificaram-se em nome da segurança da cidade: deixariam de ser chamadas atenienses, nenhum dos seus filhos receberia o nome da mãe e deixariam de votar.

Infelizmente, a realidade é muito parecida com as histórias mitológicas. O afastamento da mulher das decisões sociais é milenar: até na Grécia Antiga, berço da democracia, elas ficavam longe das urnas. Só mesmo depois da Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, é que o ativismo levou muitas mulheres a procurarem aproximar os seus direitos aos dos homens.

Quando a Nova Zelândia se tornou no primeiro país a garantir o sufrágio feminino (graças à luta de Kate Sheppard), outros países do Ocidente viveram nas ruas a luta pelo sufrágio feminino, com especial destaque para o Reino Unido. Às portas de 1900, viram a professora Millicent Fawcett fundar a União Nacional pelo Sufrágio Feminino. E o que começou por ser um movimento pacífico, acabou a desvendar a brutalidade da polícia, o preconceito masculino e formas mais radicais de sexismo.

Enquanto as mulheres se manifestavam na rua e discursavam de forma ilegal para a época, colocando a polícia em alvoroço e preocupada com as repercussões na comunicação social, os homens tentavam ripostar. E uma das formas que tinham para persuadir as mulheres a não se juntarem ao movimento sufragista era o lançamento de uma série de cartazes. Alguns ridicularizavam as sufragistas, dizendo que não passavam de solteiras sem sentido de vida. Outros dirigiam-se ao homem, de modo a persuadi-lo a manter as mulheres longe dos ideais feministas.

São esses cartazes os que lhes mostramos. Veja 25 deles na fotogaleria.

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