Um grupo de investigadores internacionais descobriu duas novas câmaras no interior da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, o que já se suspeitava desde a deteção de “anomalias térmicas” no monumento.
O anúncio coincide com o primeiro ano de vida do projeto Scan Pyramids — uma colaboração entre universidades, empresas e institutos científicos — que estuda o interior das pirâmides egípcias recorrendo a métodos não invasivos, como a deteção de muões (partículas de energia que penetram os objetos), termografia e simulação 3D.
A investigadora Mehdi Tayoubi descreveu, no início deste ano ao Discovery News, a técnica que permite a detetar os muões:
Assim como os raios X passam através dos nossos corpos permitindo-nos visualizar o nosso esqueleto, estas partículas elementares, que pesam cerca de 200 vezes mais do que os eletrões, pode facilmente passar através de qualquer estrutura, mesmo de grandes e grossas pedras, como o caso de montanhas.”
O coordenador do projeto, Hani Helal, assegura que “serão realizados mais estudos e investigações para estabelecer a natureza das cavidades, assim como as suas funções e tamanho ainda desconhecidos”, avança o El Mundo. Uma das divisões situa-se na parte superior da entrada principal da pirâmide e a outra na sua face nordeste.
O ex-ministro do Ministério das Antiguidades do Egito, Zahi Hawas, ressaltou que o comité científico que supervisiona os trabalhos da Scan Pyramids estenderá o projeto “em princípio” por mais um ano, que necessita do aval do comité permanente do Ministério das Antiguidades.
Em novembro de 2015, o grupo de investigadores que faz scan às pirâmides já tinha anunciado que tinham sido detetadas “anomalias térmicas” nas pirâmides, o que indicava haver “algo por detrás”, ainda que na altura não tenham avançado mais informações.
A Grande Pirâmide de Gizé foi a primeira das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e a única que permanece de pé.