A defesa de Ricardo Salgado emitiu um comunicado sobre o Especial do Observador publicado esta manhã.

Contestando o trabalho publicado, os advogados do ex-líder executivo do BES afirmam que o “Observador violando o segredo de justiça, insiste na publicação de falsidades teorias especulativas procurando alcançar, mais uma vez, uma pré-condenação sumária do Dr. Ricardo Salgado na opinião pública”. Uma posição semelhante à que já tinham assumido ao nosso jornal quando confrontados com os factos apurados e que está devidamente expressa no trabalho publicado.

No último ponto, a defesa assegura ainda que o banqueiro não foi constituído arguido num caso de insider trading relacionado com a compra de ações da EDP durante a Oferta Pública de Subscrição (OPS) da subsidiária da EDP Renováveis — inquérito judicial este já encerrado que nada tem a ver com o caso BES.

Transcrevemos na íntegra o comunicado da defesa de Ricardo Salgado:

COMUNICADO

O “Observador” violando o segredo de justiça insiste na publicação de falsidades e teorias especulativas procurando alcançar, mais uma vez, uma pré-condenação sumária do Dr. Ricardo Salgado na opinião pública.

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1. O “Observador” pretende estabelecer, sem razão de ser, uma relação direta entre as decisões tomadas pela Eurofin, uma sociedade autónoma do GES, e a Administração do BES. A maior prova da independência da Eurofin está na sua sobrevivência face ao colapso do Grupo Espírito Santo.

2. O aumento de capital de 1.045 milhões de euros realizado em 16 de Junho de 2014, por imposição do Banco de Portugal (decisão de 25 de Março de 2014), não foi um “aparente sucesso” como o “Observador” refere. Pela primeira vez, a ESFG e o Credit Agricole não subscreveram a totalidade das ações a que tinham direito e, ainda assim, este aumento de capital teve uma subscrição de 180% – cerca de 800 milhões de euros a mais.

O que provocou a queda dos rácios de solvência do BES foram as provisões cegas de 2.071,9 milhões de euros que o Banco de Portugal mandou constituir em 22 de Julho de 2014, das quais, 1.300 milhões de euros, foram mais tarde libertadas do Novo Banco, segundo confirmou a CMVM, a 14 de Julho de 2015, no Parlamento.

O que, aliado ao desprezo com que o Banco de Portugal tratou a garantia soberana do Estado de Angola, explica porque o BES não faliu mas foi forçado a desaparecer.

3. Além disso, ao contrário do que é escrito pelo “Observador”, o Dr. Ricardo Salgado nunca foi constituído arguido no âmbito de “um caso de insider trading relacionado com a compra de ações da EDP durante a Oferta Pública de Subscrição (OPS) da subsidiária da EDP Renováveis”.

O Dr. Ricardo Salgado está, como sempre esteve, disponível para esclarecer as autoridades competentes. Denuncia e lamenta a realização de julgamentos mediáticos que não ajudam à objetiva procura da verdade.