O economista Daniel Bessa acredita que poderá haver o risco de Portugal sofrer um novo resgate e que o fundamental é criar estratégias que reduzam a probabilidade de isso acontecer. Segundo uma entrevista dada ao jornal Eco (Economia Online), Bessa afirma que este é um assunto daqueles “que é melhor não falar”, sublinhando que é de grande sensibilidade.

“É o tipo de coisas que não me parece que se ganhe muito em falar. A única coisa que vale a pena é tomar medidas que minimizem isso, isso sim. A agência de rating DBRS, a única agência que coloca a dívida de Portugal no nível de investimento, anda a dizer que o problema não é o défice mas o crescimento e as reformas estruturais”, esclarece Daniel Bessa ao Eco.

O ex-ministro da Economia diz ainda que a DBRS não está muito preocupada, declarando ainda que isto, provavelmente, deve-se ao facto de “termos o défice aparentemente controlado, um pouco menos do que se diz, mas aparentemente controlado”.

Mais do que o orçamento para 2017, Daniel Bessa avisa que o maior problema na consolidação orçamental pode acontecer em 2018, o primeiro ano em que o Governo não poderá contar com qualquer receita da sobretaxa de IRS, que terá uma eliminação faseada ao longo do próximo ano.

Bessa desvaloriza ainda a passagem do controlo dos bancos nacionais para investidores estrangeiros. “A mudança de capital ocorre basicamente por falta de capital e, depois, por processos de gestão em que o capital que havia se perdeu”. O economista realça ainda que os investidores portugueses não foram a jogo porque não tinham dinheiro e conclui que “com estrangeiros tenho banca, com nacionais aparentemente não teria”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR